O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias dados como presente pelo governo da Arábia Saudita. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente está em posse dos itens estimados em R$ 400 mil.
O conjunto foi entregue no Palácio da Alvorada no dia 29 de novembro de 2022 pelo assessor especial do Ministério de Minas e Energia, Antônio Carlos Ramos de Barros Mello. Em um documento obtido pelo jornal, o campo que questiona se o item foi visualizado pelo presidente está marcado com a resposta “sim”.
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, confirmou ao Estadão que o conjunto está no “acervo privado” de Bolsonaro. No entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), ex-presidentes só podem ficar com presentes de “caráter personalíssimo”, como roupas, medalhas, bonés, alimentos e perfumes.
As joias chegaram ao país pelas mãos do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021. Os itens não foram declarados à Receita Federal e estão em situação irregular no país, sujeitos a perdimento e irem a leilão. O estojo inclui uma masbaha (espécie de rosário para a religião islâmica), um relógio com pulseira em couro, um par de abotoaduras, uma caneta e um anel, todos da marca suíça Chopard.
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Na comitiva, o assessor Marcos André do Santos Soeiro foi flagrado pela Receita com um conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que seriam um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens foram apreendidos em Guarulhos (SP), uma vez que não houve pagamento dos tributos devidos e foi considerado importação irregular. Bolsonaro tentou reaver os itens em ao menos oito oportunidades, todas sem sucesso.
Na segunda-feira (6), o ministro da Justiça, Flávio Dino, solicitou ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, que abra inquérito para apurar se houve crime na tentativa do governo Bolsonaro de trazer para o Brasil as joias.
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