Com 81 páginas, o plano de governo entregue pela equipe do deputado e candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) propõe um programa de renda mínima para a população e aprimoramento do Bolsa Família. Apesar de a proposta estar explicitada na seção de economia do programa, o candidato ironizou notícia do jornal O Globo sobre o assunto, a que chamou de “inacreditável”.
Em sua conta no Twitter, Bolsonaro escreveu “Meu Deus! Kkkkkkkk! É inacreditável!” ao retuitar a postagem do jornal, que afirma que ele defende Bolsa Família para todos os brasileiros. Contudo, a proposta está descrita na página 63 do programa do candidato, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disponível no site da Corte eleitoral desde ontem (terça, 14).
“Acima do valor da Bolsa Família, pretendemos instituir uma renda mínima para todas as famílias brasileiras. Todas essas ideias, inclusive o Bolsa Família, são inspiradas em pensadores liberais, como Milton Friedman, que defendia o Imposto de Renda Negativo. Propomos a modernização e aprimoramento do Programa Bolsa Família e do Abono Salarial, com vantagens para os beneficiários. Vamos deixar claro: nossa meta é garantir, a cada brasileiro, uma renda igual ou superior ao que é atualmente pago pelo Bolsa Família”, diz trecho do documento (veja imagem abaixo, extraída do documento entregue ao TSE).
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Bolsonaro tem repetido em entrevistas, sabatinas e debates que não entende de economia e que toda a área econômica de um eventual governo comandado por ele seria gerida pelo economista Paulo Guedes – o “Posto Ipiranga” de sua campanha, em alusão à famosa propaganda em que tudo pode ser encontrado no posto de gasolina.
Outras propostas
O programa de Bolsonaro também propõe diminuir o número de ministérios (sem especificar para quantos), a aprovação do projeto das “dez medidas contra a Corrupção” – que ainda depende do Congresso –, um “prontuário eletrônico nacional interligado” para postos, hospitais e ambulatórios (o prontuário eletrônico já existe nas Unidades Básicas de Saúde e, de acordo com dados do Departamento de informática do SUS, o Datasus, atendia pelo menos 28,5% da população no fim de 2016).
Também propõe a criação da carreira de médico de Estado, “para atender as áreas remotas e carentes do Brasil”.