Um dos responsáveis pelos ataques antidemocráticos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, ocorrido em meados de junho, é hoje candidato a vereador no Rio de Janeiro. Leandro Cavalieri, conhecido até hoje como “Cavalieri do Otoni”, estará nas urnas cariocas como “Cavaliere Guerreiro do Bolsonaro”.
Leandro, que é candidato pelo Democracia Cristã (DC), é dono de uma oficina e lava jato na zona oeste do Rio de Janeiro – a participação na empresa, de R$ 3 mil, foi o único bem que ele declarou ter. Em sua conta no Instagram, Cavalieri conta trabalhou por 2 anos em Brasília e agora se candidata para “lutar contra a pedofilia em defesa da família”. O candidato também declarou ser perseguido pela TV Globo por “lutar contra o STF”.
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No ataque ao prédio do tribunal, ocorrido em junho, Leandro foi um dos responsáveis por disparar fogos contra o prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Você [STF] não vai acabar com o nosso Brasil. Viva a democracia, canalha, tá? Nosso Brasil vai ser livre eternamente, em nome de Jesus”, ameaçou o carioca, à época.
O nome “Cavalieri do Otoni”, anteriormente adotado pelo candidato, era porque Leandro se apresentava como assessor do deputado Ottoni de Paula (PSL-RJ). À época, o deputado buscou se distanciar do extremista: “A relação que tenho com ele é uma relação política, como eu tenho com muitas pessoas que vêm até mim querendo meu apoio político”, afirmou Otoni para o Congresso em Foco.
Os registros do gabinete do deputado apontam que Cavalieri não foi mesmo contratado para seu gabinete, mas há vídeos onde os dois aparecem juntos no Plenário da Casa.
O candidato também se envolveu em outro ataque no final do mês de julho, desta vez contra o youtuber Felipe Neto. Nos vídeos disponíveis daquele momento, é possível ver que ameaças feitas por Leandro ocorreram durante uma carreata no Rio de Janeiro, onde mora o produtor de conteúdo.
PublicidadeCom o apoio de um carro de som, Leandro acusou Felipe Neto de destruir a família brasileira. “Nós não aceitamos mais a vergonha deste jovem rapa que influencia seu filho e meu filho”, disse Leandro. “É a família tradicional brasileira voltando a mandar no Brasil”, completou, antes de o hino nacional começar a tocar.
> Cavalieri do Otoni, aliado do deputado bolsonarista, participou de ataque ao STF