O deputado Luciano Bivar (União-PE) desistiu de concorrer à Presidência da República. Em mensagem encaminhada pelo Whatsapp a integrantes do partido, Bivar confirmou que disputará a reeleição à Câmara. Dirigentes do partido, no entanto, descartam apoiar Jair Bolsonaro (PL) ou o ex-presidente Lula (PT), como queria o PT, e discutem duas possibilidades: manter a neutralidade na corrida eleitoral, o que também poderia favorecer o petista, ou lançar outro nome à disputa, mesmo sabendo que não tem chance de vitória. A mais cotada para assumir a candidatura é a senadora Soraya Thronicke (União-MS), que, por estar no meio do mandato, não teria nada a perder.
Bivar oficializará sua decisão na convenção estadual do União Brasil em Pernambuco, ainda neste domingo (31), quando deverá anunciar que será candidato a deputado federal mais uma vez. Interlocutores do parlamentar avaliam que ele, pessoalmente, poderá trabalhar em favor de Lula. A convenção nacional, na qual a legenda decidirá seu futuro, está marcada para a próxima sexta-feira (5) em São Paulo.
Leia também
Em conversas que tiveram recentemente, o ex-presidente havia acenado com o apoio dos partidos de sua aliança a uma eventual candidatura de Bivar à presidência da Câmara em troca da adesão do União Brasil ao seu nome. Embora Bivar não tenha pontuado na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (28), a existência de menor número de candidatos tende a favorecer Lula, que aparece em condições de vencer no primeiro turno. Para isso, ele precisará alcançar a maioria absoluta dos votos válidos.
“Se ele desistiu da candidatura à presidência, deve ter uma aritmética que justifique ele ficar confortável em disputar a Câmara. Ainda não está certo se o partido terá outro candidato a presidente. Se houver outra candidatura, não haverá favorecimento a Lula, será trocar seis por meia dúzia”, disse ao Congresso em Foco um político próximo a Bivar. Há diversos opositores a Lula União Brasil, como o ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
O União Brasil é o dono da maior fatia dos fundos eleitoral e partidário no país e detentor de maior tempo no horário eleitoral no rádio e na TV graças aos votos obtidos pelos deputados eleitos pelo PSL na onda de Jair Bolsonaro. Um ano depois de se eleger pelo PSL o presidente rompeu com Bivar, em meio a uma queda de braço pelo controle da máquina partidária. A ala bolsonarista que ficou no União Brasil migrou em massa para o PL, derrubando a bancada, que chegou a ser mais numerosa da Câmara, para a quarta posição.