Este título é de um grupo de profissionais de Relações Institucionais e Governamentais com atuação no Brasil e no exterior, e do qual faço parte com muito prazer. As análises ali expostas são profundas, abrangendo as relações públicas e privadas. E, neste momento nebuloso da vida nacional, servem para demonstrar conhecimento e cultura dignas de serem aprendidas e respeitadas por centenas de especialistas que pululam na mídia diuturnamente.
Nesse grupo, formado exclusivamente para o debate sobre as eleições, a cada dia as análises deixaram de ser pragmáticas para assumirem a paixão tão importante nas relações humanas; e a paixão cresceu de tal forma que pode representar muito bem o que pensa o povo eleitor.
A paixão que hoje nos domina é incontrolável; como é a avassaladora a paixão cantada pelos poetas e inoculada nos jovens, como o primeiro amor.
O sentimento materializado na alma do povo é a mesma paixão que nos levava a cortar relações com amigos quando a discussão era sobre os antigos times de futebol. Hoje, a paixão foi levada ao ringue das brutais lutas em que humanos se digladiam como se fossem animais e, no final, um deles ganha. Mas os dois perdem, pois saem massacrados pelas pancadas recíprocas que, não raro, são mortais. Dizem que lutam para viver.
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Nessa quadra, os olhares devem ser voltados para os que, até hoje, não têm estudo, trabalho e vida digna. São esses que, como ovelhas, seguem o tilintar de comando e caem no abismo.
As pessoas estão tão desiludidas que, mesmo com as informações divulgadas pelos celulares pregados em suas mãos, renegam os avisos e, sem olhar para o futuro de seus filhos, preferem, ainda, vender votos em troca de uma bolsa qualquer.
O olhar que exponho é a visão de que o passionalismo ocupou o corpo e a alma do brasileiro. Sendo certo que o passional deixa de lado a razão e entra no mundo obtuso de soluções infundadas.
O atentado contra o candidato Jair Bolsonaro representa hoje o desejo da população em arrancar o mal pelas raízes tão profundas que compõem a corrupção, o descrédito na política e nos políticos.
Por outro lado, os formadores de opinião, especialmente os de rádios, televisão e jornais, tomaram para si a missão de agravar e tornar maior a angústia da população.
O eleitor, cansado da violência, do desemprego e da exclusão social, voltou-se para Jair Bolsonaro com a esperança de mudar tudo o que está aí. O seu afastamento da campanha o fortaleceu politicamente e poderá, inclusive, fazê-lo ganhar no primeiro turno.
A radicalização é a marca dessas eleições e, se o eleitor escolher a disputa final entre Bolsonaro e Fernando Haddad, teremos na presidência um radical de direita e um radical de esquerda, para usar termos que a população identifica. O vencedor, se Bolsonaro, irá tentar moralizar o país com um único tiro, enquanto Haddad trará de volta o aparelhamento do Estado e os corruptos liderados pelo “Grande Líder”.
Esse é o quadro da situação atual; e os demais candidatos que lutam por um lugar no segundo turno? Aí está o mistério: não há nas conversas quem não declare que os melhores candidatos são Geraldo Alckmin, por seu desempenho como político e governador de São Paulo; Alvaro Dias, pela experiência e conhecimento do país; e Henrique Meirelles, pelas soluções econômicas que comandou e por sua experiência internacional.
No entanto, parece que o eleitor prefere correr o risco de escolher o desconhecido do que votar no candidato do já manjado Partido dos Trabalhadores.
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