Há tristeza por todo canto. Tantas angústias. As incertezas tomam nosso coração. Até onde podemos aguentar?
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Enquanto escrevo esse artigo o Amazonas já registra 13 mortes e o Brasil mais de 400. A chocante cena do Governo do Amazonas instalando um contêiner frigorífico ao lado do Hospital Delphina Aziz para colocar os corpos que, por questões sanitárias, não podem ter contato nem com os familiares, é atormentadora.
Depois de tanto nos dividirmos por classe social, religião, ideologia, política e até time de futebol, encontramos um inimigo que não nos distingue, para o qual somos todos frágeis e iguais. Para o COVID-19 somos uma só comunidade.
Guarde seu dinheiro, sua arrogância, suas certezas, seus julgamentos, nada disso servirá para o combate ao vírus.
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Nem sei se é verdade, mas, se não for, pouco importa. Dizem que a filha do dono do Banco Santander que morreu por coronavírus em Portugal, disse: “Meu pai era milionário. Tinha dinheiro pra comprar qualquer coisa. Morreu precisando de algo que é de graça. O ar”.
PublicidadeO vírus nos encara como iguais, ignora as nossas diferenças, nem sabe o que é riqueza ou poder, mata pobres e ricos, brancos e negros, católicos, evangélicos e ateus.
Em meio a essa catástrofe temos a chance de voltarmos a nos enxergarmos como comunidade. A chance de voltarmos a ser solidários, fraternos. A chance de voltarmos a olhar com carinho e amor para nossos idosos. A chance de cantarmos juntos da janela. A chance de perguntar do vizinho se ele precisa de algo. A chance de fazer uma serenata para nossos pais e avós. A chance de voltarmos a amar e ser amados.
Essa tempestade vai passar e, a quando chegarmos ao um Porto Seguro, temos a
chance de ter reaprendido o que é o amor.
Tape os ouvidos pros que se movem pelo lucro. Abra o coração para os que amam a vida.
Fique em casa.
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