O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), enviou na terça-feira (22) à Procuradoria Geral da União (PGR) documentos que tratam dos repasses financeiros recebidos pelo ex-juiz Sergio Moro por serviços prestados à consultoria Alvarez & Marsal. Dantas solicita ainda que o Ministério Público Federal (MPF) decida sobre o pedido de bloqueio dos bens de Moro, que é pré-candidato para disputar a presidência no pleito deste ano.
“Se por um lado, a documentação já constante dos autos ainda não caracteriza as irregularidades apontadas na inicial, ela é mais do que suficiente para justificar a continuidade das investigações, considerando a fase preliminar em se encontra o processo, sem prejuízo de representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados no curso das investigações, conforme imperativo constitucional
O bloqueio de bens foi solicitado no início de fevereiro pelo subprocurador-geral do MP Lucas Furtado, ligado ao TCU. Ele justificou que houve sonegação de impostos em relação aos pagamentos da consultoria Alvarez & Marsal.
Leia também
Moro foi contratado pela empresa norte-americana de consultoria jurídica depois de deixar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, em abril de 2020. Durante o período em que trabalhou lá, a empresa foi responsável pela recuperação judicial de empresas condenadas na Operação Lava Jato.
“Não tenho dúvidas de que são fatos que precisam ser mais bem apurados. E é por essa razão que me causa estranheza certa atuação apressada de qualquer peticionante que pretenda interromper o fluxo natural do processo, antes mesmo da conclusão das apurações. É natural que os investigados desejem esse desfecho, mas não os órgãos de investigação, de quem se espera imparcialidade independentemente de simpatias pré-existentes”, conclui o ministro do TCU.