O tenente-coronel Mauro Cid compareceu à Polícia Federal na tarde de segunda-feira (11), em Brasília. Esse foi o primeiro retorno do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro ao órgão de segurança depois de homologada a delação premiada entre o militar e a PF. Paralelamente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou à defesa de Bolsonaro o acesso ao depoimento de Cid referente ao caso de desvio de joias sauditas que pertencem ao acervo da União.
Cid precisa comparecer pessoalmente à PF na primeira audiência, as demais podem ser virtuais, mas o tenente-coronel não pode deixar Brasília. O ministro Alexandre de Moraes proibiu que Mauro Cid tenha qualquer tipo de contato com o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e investigados nos inquéritos que apuram desvios de presentes de governos estrangeiros recebidos na gestão de Bolsonaro e os atos golpistas de 8 de janeiro.
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Alexandre de Moraes também afastou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de suas funções no Exército Brasileiro. O afastamento faz parte da decisão que homologou neste sábado o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, dentro do inquérito das fake news. A medida precisa ser tomada pelo Comandante do Exército.
Ao conceder a liberdade provisória a Cid, Moraes determinou o cumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e também à noite. Mauro Cid também fica impedido de acessar redes sociais, e terá de entregar os passaportes à Justiça. Ele está proibido de falar com outras pessoas, exceto a esposa, a filha e o pai.
Outro aliado de Bolsonaro segue preso
Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes negou mais um pedido de liberdade feito pela defesa do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, acusado de interferir propositalmente nas eleições do 2º turno de 2022.
PublicidadeA defesa de Vasques pediu liberdade provisória do policial aposentado que teria criado empecilhos para cidadãos votarem no ano passado na região do Nordeste, reduto eleitoral do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido foi negado em 6 de setembro, mas foi divulgado pelo STF só nesta segunda-feira.
O motivo da negativa se deve a um possível risco para outras testemunhas e para a reunião de evidências, uma vez que o processo de Vasques ainda segue em curso. A defesa irá recorrer da decisão do STF.