Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (22) indica que 57% dos brasileiros consideram justa a condenação do ex-presidente Lula (PT) pelo então juiz Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá. Já 38% consideram injusta a condenação na Operação Lava Jato, enquanto 5% não souberam responder.
Com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, a pesquisa foi realizada com 2.023 adultos em todos estados e regiões do Brasil, entre 15 e 16 de março. O Datafolha também questionou os entrevistados sobre a elegibilidade do ex-presidente. 51% não querem que Lula concorra a presidência em 2022, enquanto 47% querem.
Os que mais defendem que o ex-presidente dispute o pleito são nordestinos (63%), os que ganham até 2 salários mínimos (57%), os que têm escolaridade até o ensino fundamental (60%), e os que estão totalmente isolados na pandemia (58%).
Para 51% dos entrevistados pelo Datafolha, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin agiu mal na recente decisão que anulou todas as condenações do ex-presidente. Já 42% defendem que Fachin fez o certo, e 6% não souberam responder. 13% dos entrevistados pelo Datafolha não tomaram conhecimento sobre a anulação das condenações.
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Entre os 57% que acreditam que a condenação do ex-presidente em 2017 foi justa, 83% fazem parte do grupo que sempre confia nas declarações do presidente Jair Bolsonaro. Já 77% são empresários, 67% ganham de 2 a 5 salários mínimos, e 66% são moradores da região Sul.
A maioria (58%) dos que acreditam que a condenação foi injusta rejeita o governo Bolsonaro. 54% são moradores da região Nordeste, 47% tem ensino fundamental, e 46% estão desempregados.
O levantamento do Datafolha ainda indicou que 45% dos brasileiros classificou a condução de Moro sobre a Operação Lava Jato como “boa ou ótima”. Em 2016, esse percentual era em torno de 62%. Já a rejeição ao trabalho do ex-ministro aumentou. Em 2016, a rejeição variava entre 11% e 13%, e hoje está em 27%.
O Datafolha também revelou que 67% dos brasileiros dizem esperar mais corrupção no Brasil daqui para a frente, o maior percentual desde que Bolsonaro assumiu a presidência.
Contexto
O então magistrado e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sentenciou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão, por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação envolvendo o triplex no Guarujá. Depois, a pena foi revisada na segunda instância para 12 anos e 1 mês, e reduzida a 8 anos e 10 meses ao ser confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Porém, em novembro de 2019, o STF considerou a prisão em segunda instância inconstitucional, e por isso, o ex-presidente foi solto.
Em 8 de março, o ministro Edson Fachin, do STF, anulou todas as condenações do ex-presidente. Com isso, deu-se início ao julgamento de suspeição de Moro. A defesa de Lula busca o reconhecimento de que o ex-juiz teria sido parcial no julgamento dos processos. Caso isso aconteça, as condenações contra Lula poderiam ser revertidas.
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