Aliados do ex-presidente Lula reagiram à mais uma denúncia contra o petista na operação Lava Jato. Nesta sexta-feira (23), o juiz Luiz Antonio Bonat, da Justiça Federal do Paraná, recebeu a denúncia do Ministério Público Federal contra Lula e mais quatro pessoas por lavagem dinheiro na Petrobras.
Como sempre faz em véspera de eleições, a Lava Jato ataca o presidente Lula. Não há outra razão para o juiz Bonat ter aceito hoje a denúncia fajuta sobre as doações ao Instituo Lula, que ele sabe que são totalmente legais. É muita cara de pau
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 23, 2020
Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, também criticou a ação da Justiça. “A decisão proferida hoje pela ‘Lava Jato de Curitiba’ é mais um ato de perseguição contra o ex-presidente Lula porque aceitou processar mais uma ação penal descabida, que tenta transformar doações lícitas e contabilizadas para o Instituto Lula – que não se confunde com a pessoa do ex-presidente – em atos ilícitos, durante o período eleitoral, em evidente prática de lawfare”.
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“As doações ao Instituto Lula – não somente as três citadas na denúncia, mas rigorosamente todas as doações – foram legais, feitas via transferências bancárias documentadas e contabilizadas, com os devidos impostos declarados e recolhidos”, esclareceu em nota o Instituto Lula. “Cada centavo arrecadado foi gasto e contabilizado exclusivamente nas atividades do Instituto, como prevê seu objeto social e estatuto”, afirmou a assessoria de imprensa do Instituto Lula.
Publicidade“Esta instituição jamais serviu para ilícitos, ela é responsável pelo acervo e legado do governo que tirou o Brasil do mapa da fome e foi palco da elaboração de algumas das políticas públicas mais exitosas na história do país”, destacou.
A denúncia
A denúncia é baseada em depoimentos do ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora, e Alexandrino Ramos de Alencar, ex-executivo da companhia e réu na ação. Palocci também virou réu, junto de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
O ex-presidente é acusado de usar o instituto que leva seu nome para lavar R$ 4 milhões doados pela Odebrecht entre dezembro de 2013 e março de 2014. Segundo a denúncia, os valores foram feitos formalmente por doações legais e foram repassados em quatro operações de R$ 1 milhão cada uma, mas tiveram como origem contratos fraudados da Petrobras.