Preso há mais de 9 meses na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protestou, na tade deste sábado (26), contra uma decisão judicial que limitou as visitas que pode receber o ex-ministro Fernando Haddad (PT-SP) e de líderes religiosos.
Na última sexta (25), a juíza federal Carolina Lebbos, que controla a execução penal de Lula, retirou de Haddad os privilégios de visita que ele teve enquanto candidato à Presidência da República. O ex-ministro petista, que havia conseguido tratamento diferenciado na qualidade de procurador de Lula, agora só poderá encontrá-lo semanalmente, como as demais visitas, conforme as regras da PF.
Na mesma decisão, Lebbos também limitou as visitas que Lula recebe de líderes religiosos. Segundo a juíza, Lula recebeu, por seis meses, 16 visitas de “pessoas diferentes, de diversas religiões (frades, padres, freiras, bispos, pastores, monges, pais de santo, rabino)” fora das normas de assistência religiosa a detentos que é prevista em lei.
“Não se está vedando a realização de visitas por religiosos. Isso, porém, deve ocorrer em respeito à disciplina de visitação do estabelecimento prisional”, escreveu a juíza.
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Neste sábado, a assessoria de Lula afirmou, em nota, que a decisão “agrava o estado de exceção” imposto ao ex-presidente. “Levaremos essa decisão ao conhecimento do Comitê de Direitos Humanos da ONU no comunicado que tramita perante aquele órgão desde julho de 2016, uma vez que ela também agride as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos, também chamadas de Regras de Mandela”, diz a nota.