A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento dos pedidos encaminhados por parlamentares solicitando a investigação do presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na Polícia Federal (PF) na apuração referente às denúncias de corrupção envolvendo o ex-ministro da educação Milton Ribeiro. De acordo com a magistrada, o caso já é abordado em outro inquérito.
A suspeita de envolvimento do presidente na apuração se deu por conta do vazamento de uma ligação interceptada pela PF entre Milton Ribeiro e sua filha poucos dias antes da prisão do ex-ministro, no mês de junho. Durante a conversa, ele afirmou ter recebido uma ligação de Bolsonaro, que disse ter tido o “pressentimento” de que seria utilizado contra o chefe de governo. Se a conversa tiver de fato acontecido, pode configurar tráfico de influência de Bolsonaro.
Milton Ribeiro responde por corrupção ativa e lavagem de dinheiro no inquérito que investiga as denúncias de cobrança de propina de prefeitos para que tivessem acesso aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento em Educação (FNDE). O ex-ministro também é acusado de direcionar recursos aos municípios governados por parceiros de pastores evangélicos ligados a seu gabinete, que também teriam atuado como intermediários na cobrança de propina.
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De acordo com a ministra, o inquérito envolvendo a lavagem de dinheiro também inclui a suspeita de interferência na PF, não havendo necessidade de uma investigação separada.