O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou neste sábado (9) o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão de Moraes também garante a liberdade provisória de Cid, que está detido desde maio deste ano. A informação foi dada em primeira mão pela TV Globo.
Ao conceder a liberdade provisória a Cid, Moraes determinou o cumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e também à noite, e afastamento das funções no Exército.
Mauro Cid foi um dos principais alvos de polêmicas envolvendo Bolsonaro. Como ajudante de ordens, ajudou o ex-presidente na produção de suas transmissões semanais nas redes sociais, período em que passou a ser investigado tanto por abastecer o chefe de Estado com fake news sobre as vacinas da covid-19 quanto por vazar informações sigilosas de um inquérito da Polícia Federal.
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Ele também é o centro das investigações acerca da falsificação do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro. A perícia realizada em seu celular revelou uma série de trocas de mensagens entre ele e falsificadores profissionais no município fluminense de Duque de Caxias. Além do documento do ex-presidente, Cid teria providenciado versões falsas para si e para sua esposa.
Cid e a delação
A homologação do acordo por Alexandre de Moraes ocorre após o acordo de colaboração fechado pela defesa de Cid com a Polícia Federal. A delação refere-se ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, como a investigação sobre a venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro.
PublicidadeO tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, movimentou R$ 3,7 milhões em apenas 10 meses, no período entre julho de 2022 e maio de 2023. Os dados constam em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), encaminhado à CPMI dos Atos Golpistas.
Bolsonaro nega as denúncias. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em depoimento à Polícia Federal que nunca tomou conhecimento de qualquer iniciativa para falsificar o seu cartão de vacinação ou o de sua filha. De acordo com Fábio Wajngarten, seu advogado e ex-secretário de Comunicação, o depoimento durou cerca de três horas.