O Palácio do Planalto cancelou a coletiva diária em que apresenta informações sobre a covid-19 para uma coletiva do secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, e do secretário de publicidade da Presidência da República, Glen Valente, sobre relatório segundo o qual a Secom fez dois milhões de anúncios em canais inadequados durante a campanha da reforma da Previdência.
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“A Secom não fez e não fará investimento de nenhum real em qualquer blog que seja, por minha determinação. A Secom não fará nenhum investimento no blog A ou B ou Z. Não é verdade a narrativa de hoje”, disse Wajngarten. “Na Secom do presidente Bolsonaro não há desvios, não há favorecimento de A, B ou Z. A Secom preza a tecnicidade e a economicidade”, continuou.
O secretário de publicidade, por sua vez, afirmou que “a Secom não investe diretamente em blogs desde que a gente chegou”. Segundo ele, o investimento referido foi utilizado por meio de uma plataforma do Google chamada AdSense.
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Wajngarten e Valente apresentaram números referentes ao investimento na campanha sobre a Previdência e afirmaram que ela teve êxito . “Em relação à campanha Nova Previdência a gente fez um investimento de quase, não no Google, mas a campanha inteira, da forma de R$ 72 milhões e a gente teve no Google, especificamente nessa ação, quase 400 milhões de impressões, que são as peças publicitárias publicadas nos inventários em que foram pré-selecionados pelo próprio AdSense”, disseram.
“Ou seja, se assumirmos – o que não é verdade -, que 100% do número que estão dizendo hoje na imprensa do famoso 2 milhões de impressões [em sites impróprios], que são anúncios, na verdade a gente teve uma assertividade de 99,5%. Esses 2 milhões, a média de custo de uma impressão é de R$ 0,005, ou seja, o máximo – assumido que são 100% de impressões -, são R$ 10 mil reais [de erros], numa campanha de R$ 72 milhões”, apontou Valente.
PublicidadeCritérios de direcionamento
Segundo a apresentação exibida, a contratação do Google é realizada por meio das agências de publicidade. “Existe sim uma seleção que a gente exclui o óbvio, onde a gente exige da agência e do Google que sites impróprios não tenham publicidade do governo”, disse Valente.
“Não há, nem é possível, qualquer direcionamento para sites ou blogs impróprios porque a Secom não compra, não investe. Não existe nem blacklist nem whitelist. A gente não faz censura, a gente não faz definição de nenhuma plataforma ou exclui ninguém. A gente vai estar sempre atrás do indivíduo”, afirmou Valente. Segundo ele, a ferramenta utiliza os algoritmos do Google.
O secretário de publicidade disse que a Secom não define o que é site de fake news ou não. “A gente não vai fazer censura”, afirmou Valente, que minimizou o direcionamento para sites impróprios, afirmando que é um algo natural. “Se a gente identifica que tem alguma coisa errada, a gente corrige. É o processo natural”, disse.
Posicionamento do Google
O Google afirmou, por meio de nota, que tem ajudado parceiros do setor privado e do setor público a usar a publicidade digital para levar suas mensagens “a milhões de brasileiros de modo eficiente, com escala e alcance”.
“Temos políticas contra conteúdo enganoso em nossas plataformas e trabalhamos para destacar conteúdo de fontes confiáveis. Agimos rapidamente quando identificamos ou recebemos denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas.
Entendemos que os anunciantes podem não desejar seus anúncios atrelados a determinados conteúdos, mesmo quando eles não violam nossas políticas, e nossas plataformas oferecem controles robustos que permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios em tempo real sobre onde os anúncios foram exibidos.
Cientes do dinamismo do ecossistema digital, também trabalhamos no aperfeiçoamento de nossas plataformas para oferecer os melhores resultados possíveis para nossos parceiros. Preservar a confiança no ambiente de publicidade digital é uma prioridade.
Agimos diariamente para minimizar conteúdos que violam nossas políticas e impedir a ação de pessoas mal-intencionadas em nossa rede. Somente em 2019, conforme nosso mais recente relatório de transparência, encerramos mais de 1,2 milhão de contas de publishers e retiramos anúncios de mais de 21 milhões de páginas, que faziam parte de nossa rede, por violação de políticas.”