Delegados federais reagiram com apreensão à troca no comando da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, promovida pelo novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O superintendente no estado, Carlos Henrique Oliveira, foi chamado por Rolando para ser diretor-executivo PF.
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O ato de Rolando levou a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) a suspender a divulgação de uma nota de boas-vindas ao novo diretor-geral. O receio dos delegados é que a promoção de Carlos Henrique tenha como objetivo afastá-lo de investigações que envolvem a família Bolsonaro e aliados do presidente.
A entidade decidiu se pronunciar sobre a nomeação de Rolando somente depois de avaliar o início da nova gestão. As informações foram publicadas no início da manhã nas colunas de Matheus Leitão, na Veja, e de Bela Megale, no Globo e foram confirmadas pelo Congresso em Foco.
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A mudança na Superintendência da PF no Rio foi confirmada nesta terça-feira (5) pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro acusou o presidente de tentar interferir politicamente na PF. Segundo Moro, Bolsonaro determinou a saída de Maurício Valeixo do comando da instituição devido, entre outros motivos, à sua resistência em trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Em mais um ataque à imprensa, Bolsonaro reclamou hoje de matérias que faziam referência à troca na PF do Rio. Aos gritos, o presidente disse que o superintendente está sendo promovido e que ele não tem interesse político em sua nomeação. Bolsonaro mandou jornalistas calarem a boca e se recusou a responder questionamentos.
“É uma patifaria, cala a boca, não perguntei nada. Manchete [do jornal Folha de S.Paulo] canalha, mentirosa. Vocês da mídia, tenham vergonha na cara, grande parte só publica patifaria. Passar bem”, disse.
Por causa da troca no Rio, a bancada do Psol na Câmara apresentou requerimento de convocação do novo diretor da PF (veja a íntegra).
Para a líder do partido, deputada Fernanda Melchionna (RS), a troca na superintendência do Rio não deixa dúvidas de que Bolsonaro usa a PF para fins particulares.
“Não se pode deixar que a Polícia Federal aja como segurança privada a serviço dos negócios e crimes da família. As ações de Bolsonaro são, na verdade, confissões de crimes. Ele intervém na PF do RJ para obstruir investigações em curso sobre as relações espúrias de sua família com as milícias. Não precisa ser muito visionário para prever uma próxima troca em Pernambuco. A troca da chefia da PF no RJ não deixa dúvidas de que Bolsonaro usa a PF como segurança privada para acobertar crimes da sua familícia.”
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