Nem mesmo completou um ano como presidente da República e Jair Bolsonaro já coleciona declarações de caráter sexista, machista e preconceituoso. Auxiliares do governo alegam que o político “esbanja bom-humor”, mas as piadas constrangem assessores, parlamentares e pessoas próximas a Bolsonaro.
Ministros da área política do governo garantem que as piadas, muitas de gosto duvidoso, fazem parte da natureza de Bolsonaro. Justificam as declarações, incluindo as de cunho sexual, como “estilo autêntico” do presidente.
Conhecido pela sua forma discreta, o ministro da Justiça, Sergio Moro, foi alvo de constrangimento na semana passada, durante uma transmissão em uma rede social de Bolsonaro. Ele questionou, em conotação sexual, se Moro faria um “troca-troca” com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Moro ficou visivelmente incomodado.
Em meio a uma série de falas controversas, o Congresso em Foco levantou algumas declarações de Bolsonaro que desrespeitam e constrangem algumas pessoas. Confira:
“Vai fazer um troca-troca com o Sales?”
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“Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá.”
Em julho, Bolsonaro critica o financiamento pela Ancine, a agência reguladora do setor audiovisual, de “Bruna Surfistinha”, filme que narra a história de uma famosa prostituta.
“Tudo pequenininho aí?”
“Se for uma reforma de japonês ele vai embora, é isso? Eu já respondi. Pequenininho. Lá (no Japão) é tudo miniaturizado.”
Ainda em maio, Bolsonaro soltou a pérola ao ser questionado sobre as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que prometeu deixar o cargo se fosse aprovada uma reforma da Previdência “de japonês”.
“Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade.”
“E deu um dado alarmante, quando se fala em higiene: no Brasil, ainda, nós temos por ano mil amputações de pênis por falta de água e sabão.”
“O que é golden shower?”
Em março, Bolsonaro compartilhou um vídeo obsceno em sua conta oficial para criticar o Carnaval de rua. A postagem gerou intenso burburinho de críticos e apoiadores do presidente da República.
“Os gays não são semideuses. A maioria é fruto do consumo de drogas”
Em 2014, em entrevista ao El País.
“Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece.”
“Eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher está com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade’…”
Em dezembro de 2014, durante entrevista ao jornal Zero Hora.
“Todo mundo ia atrás de galinha no galinheiro na minha cidade. Alguns mais malandros, iam atrás da bezerrinha, da jumentinha. Era comum. Não tinha mulher como tem hoje.”
“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo.”
“Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu.”