Depois de criticar a atuação do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro discutiu publicamente, pelo Twitter, com o seu sucessor no cargo, André Mendonça, que saiu em defesa do chefe.
“Vários países, inclusive da América Latina, já estão vacinando seus nacionais contra a covid-19. Onde está a vacina para os brasileiros? Tem previsão? Tem Presidente em Brasília? Quantas vítimas temos que ter para o governo abandonar o seu negacionismo?”, questionou Moro.
Mendonça, que está de férias desde o último dia 23, interrompeu o descanso para rebater o antecessor. “Vi que Sergio Moro perguntou se havia presidente em Brasília? Alguém que manchou sua biografia tem legitimidade para cobrar algo? Alguém de quem tanto se esperava e entregou tão pouco na área da Segurança? Quer cobrança? Por que em seis meses apreendemos mais drogas e mais recursos desviados da corrupção que em 16 meses de sua gestão”, reagiu o ministro da Justiça.
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Moro voltou ao Twitter e contra-atacou: “Ministro, o senhor nem teve autonomia de escolher o Diretor da PF ou de defender a execução da pena da condenação em segunda instância (mudou de ideia?), então me desculpe, menos. Faça isso e daí conversamos”.
O ex-juiz que coordenou a Lava Jato em Curitiba se demitiu em 24 de abril, quando acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal para proteger familiares e amigos. Moro saiu após o presidente exonerar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. O caso virou inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura se houve interferência indevida da parte do presidente ou denunciação caluniosa da parte do ex-ministro.
Mendonça voltou às redes para responder: “Defendi da Tribuna do STF a execução da pena a partir da condenação em 2ª instância. 2. Rolando Alexandre é o meu diretor da PF, até porque sua gestão tem resultados muito melhores que a anterior”. “Agora, se não por mim, mas por sua biografia e pelo povo brasileiro: por que sua gestão tem resultados bastante inferiores aos da minha gestão?”, questionou.
PublicidadeO ministro da Justiça prosseguiu nas críticas ao antecessor: “Não coloco o Brasil à frente do ego (digo, “biografia”). Trabalho não para dar entrevistas, para dar mais resultados que opiniões, para tirar menos fotos, para tirar mais recursos do crime organizado”. E o indagou por que, depois de ter condenado a Odebrecht, hoje presta consultoria a uma empresa com ligações com o grupo: ““E por falar em escolhas… Por que você escolheu trabalhar para o Grupo Odebrecht?”.
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