O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, criticou o desrespeito cometido, segundo ele, pelo presidente da República com as instituições, os militares e a população em geral. O ex-ministro evitou citar o nome de Bolsonaro e de colegas ligados às Forças Armadas, alegando que os problemas causados pelo governo vão além das pessoas envolvidas.
“O problema não é o tratamento com militares. Não pode haver diferença de tratamento entre militares e civis. Não pode haver esse tipo de discriminação. Isso aí tem que ser visto no contexto mais amplo. É o desrespeito geral aos cidadãos e às instituições. É desrespeito geral, por despreparo, inconsequência e boçalidade”, disse ao Congresso em Foco.
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>Sem citar nomes, ex-porta-voz da Presidência critica Bolsonaro: “Lembra-te que és mortal”
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Nos últimos dias, episódios envolvendo três generais expuseram conflitos com o Planalto. São eles os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e o ex-porta-voz de Bolsonaro, Otávio Rego Barros.
O general Eduardo Pazuello afirmou na quarta-feira da semana passada (21) a governadores que o Planalto compraria a vacina chinesa que está sendo testada contra a covid-19. No dia seguinte foi desautorizado por Bolsonaro e recuou da decisão. Em vídeo transmitido no Facebook do presidente, Pazuello apareceu ao lado de Bolsonaro e disse: “é simples assim, um manda e outro obedece”.
PublicidadeNa semana passada, Santos Cruz criticou o episódio:
HIERARQUIA E DISCIPLINA, na vida militar e civil, são princípios nobres. Não significam subserviência e nem podem ser resumidos a uma coisa “simples assim, como um manda e o outro obedece” … como mandar varrer a entrada do quartel.
— General Santos Cruz (@GenSantosCruz) October 23, 2020
Outro atrito foi quando o general Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo, foi criticado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O terceiro caso foi quando o general Otávio Rego Barros, ex-porta-voz de Bolsonaro, escreveu um artigo no jornal Correio Braziliense com críticas ao presidente.