O governo central fechou maio com um rombo histórico em suas contas. O déficit primário registrado foi de R$ 126,609 bilhões, o pior desempenho da série, iniciada em 1997, para qualquer mês. O déficit apenas de maio é superior ao de todo o ano passado inteiro, que ficou negativo em R$ 95 bilhões.
No mesmo mês de 2019, o déficit tinha sido de R$ 14,74 bilhões. O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (29), representa uma queda real de 36,9% nas receitas na comparação com o mesmo mês em 2019. Enquanto isso, as despesas tiveram aumento real de 68% em relação a maio do ano passado.
Os dados reúnem as contas do Tesouro Nacional, da Previdência e do Banco Central.
O déficit em abril havia sido de R$ 92,9 bilhões, que já era um recorde negativo. A piora nos indicadores está associada à pandemia, que tem exigido maior injeção de gastos públicos e reduzido a receita, com o isolamento social e a suspensão de atividades comerciais.
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“O déficit de maio é explicado, principalmente, pela redução significativa na arrecadação, combinada com o aumento nas despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise Covid-19 bem como da antecipação do pagamento do 13º de aposentados e pensionistas do RGPS”, diz o Tesouro, que ressalta não ter comportar mais o aumento de despesas ou a redução de receitas.
O resultado primário acumulado nos cinco primeiros meses de 2020 é deficitário em R$ 222,468 bilhões. O Tesouro projeta para este ano um rombo de R$ 676 bilhões, o equivalente a 9,5% do PIB, para o governo central.