O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, anunciou nesta segunda-feira (29) a sua saída do cargo até o final da semana. O jornalista e gestor público de confiança do ministro Flávio Dino afirma ter cumprido sua missão e deseja sorte ao próximo chefe da pasta, Ricardo Lewandowski, que planeja inserir uma equipe própria para a cúpula ministerial.
“Fiz o melhor que pude pela democracia e pelo Brasil. Agradeço ao ministro Flávio Dino e ao presidente Lula pela oportunidade e confiança. Desejo sucesso ao ministro Lewandowski. Agradeço também o apoio de todos os servidores do Ministério da Justiça, sem eles seria impossível fazer o que fizemos. Agradeço muito as palavras recebidas de cada um de vocês por aqui nos momentos mais difíceis. Vocês não têm ideia de como essa energia nos ajuda a seguir firmes pelo Brasil”, declarou Cappelli em texto publicado em redes sociais.
Ricardo Cappelli assumiu o cargo de secretário-geral do ministério em um momento especialmente crítico, enfrentando a repercussão imediata dos atos golpistas de 8 de janeiro. No dia dos ataques, coordenou em campo a equipe de segurança do Palácio da Justiça para impedir a entrada de invasores. Logo em seguida foi nomeado interventor federal de segurança pública no Distrito Federal, encarregado de reorganizar as forças policiais e coordenar a desmobilização do acampamento em frente ao quartel-general do Exército.
Pouco tempo depois de retornar ao ministério, foi nomeado interinamente para chefiar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após a exoneração do general Gonçalves Dias. Ao longo das duas semanas em que assumiu o cargo, ficou encarregado de identificar e exonerar os quadros sob influência do ministro do GSI no governo anterior, o general Augusto Heleno.
Após a indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), o PSB pleiteou que seu posto fosse transferido para Cappelli, ou ao menos que permanecesse como secretário-executivo. Lewandowski, porém, exigiu autonomia completa na nomeação de seu time para chefiar a pasta, reivindicação aceita por Lula. O secretário foi convidado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para assumir a Secretaria de Ordem Pública do município.