A eventual eleição de Donald Trump no fim de 2024 não afetará as relações entre o Brasil e os Estados Unidos, ao menos do lado brasileiro. A afirmação é do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, o chanceler disse que os interesses entre os dois países devem prevalecer a despeito de rusgas entre os governantes eleitos.
“Ganhará quem o povo americano escolher, nós vamos continuar a dialogar com o novo governo ou o governo reeleito do presidente Biden, porque os interesses entre os dois países são muito grandes, são importantes e vai se continuar conversando”, declarou. “Vamos continuar com o mesmo interesse e perseguindo os mesmos objetivos, desenvolvendo os mesmos programas”, acrescentou. Segundo ele, a relação com os Estados Unidos é “importantíssima e prioritária”.
Trump é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Temos um comércio importante, Estados Unidos tem o maior estoque de investimentos no Brasil, é uma relação muito importante. Ganhará quem o povo americano escolher, nós vamos continuar a dialogar com o novo governo ou o governo reeleito do presidente Biden, porque os interesses entre os dois países são muito grandes, são importantes e vai se continuar conversando”, afirmou o ministro.
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O chanceler brasileiro também defendeu a relação entre Brasil e Argentina, apesar dos ataques feitos pelo presidente recém-empossado Javier Milei a Lula. Mauro Vieira contou que esteve duas vezes com Milei. “Tivemos uma conversa rápida, mas muito cordial, em que ele disse também que a relação da Argentina com o Brasil é muito importante, fundamental, e que ele quer manter essa relação no mais alto nível, com todo o entendimento e transparência dos dois lados, porque é indispensável para a Argentina e para o Brasil termos um bom relacionamento”, disse. O ministro representou Lula na posse do presidente argentino no último dia 10 em Buenos Aires.
O ministro disse esperar que as eleições na Venezuela sejam realizadas de forma livre, conforme acordado em outubro em compromisso mediado pelo Brasil, pelos Estados Unidos, pelo México, pela Colômbia, pela Rússia e pelos Países Baixos. Os venezuelanos vão às urnas no segundo semestre do ano que vem. “Houve um grande acordo entre o governo e a oposição, que foi assinado em Barbados há dois meses. O presidente Lula designou o embaixador Celso Amorim para representá-lo nessa assinatura, que é um passo importante para as eleições. Tudo está caminhando bem. É importante dizer que, entre as iniciativas de política externa desse ano, mandamos um embaixador, reabrimos a Embaixada na Venezuela e vamos agora reabrir os consulados”, declarou Vieira.