Olavo de Carvalho voltou atrás no seu posicionamento político de apoiar Regina Duarte, recém-empossada à Secretaria Especial de Cultura do governo federal. O guru influente na gestão Bolsonaro utilizou, nesta quarta-feira (4), as redes sociais para justificar que apenas apoiou a indicação de Regina para impedir que a liderança da pasta ficasse nas mãos do cineasta Josias Teófilo, amigo de Olavo e diretor do filme “O Jardim das Aflições”, que retrata o guru.
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Segundo Olavo, Teófilo que chegou a ser cotado para assumir o cargo, deve “fazer filmes” e não ocupar cargo público.”No fundo, no fundo, só aplaudi a Regina Duarte numa tentativa de impedir que a Secretaria da Cultura fosse entregue ao meu amigo Josias Teófilo. O Josias nesse cargo seria bom para a burocracia esfatal [sic] e ruim para ele mesmo e para a produção artística”, argumentou.
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A declaração dada hoje por Olavo é um desdobramento de outras críticas que começaram na última segunda (2), após a publicação de notícias sobre a exoneração de oito servidores da pasta, alinhados a Olavo, a pedido da atriz. “Se a Regina Duarte quer mesmo se livrar de indicados do Olavo de Carvalho, a pessoa principal que ela teria de botar para fora do Ministério seria ela mesma”, exaltou.
O guru ainda complementou dizendo que teve influência direta na escolha do presidente da república, Jair Bolsonaro (Sem partido) em nomeá-la para o cargo e que espera uma justificativa de Regina para a exoneração dos “olavistas”. “Ao cogitar do seu nome para o posto, a primeira opinião que o sr. presidente da República quis ouvir a respeito foi a minha. Ela [Regina Duarte] decerto não me deve gratidão nenhuma por isso, mas me deve — e estou cobrando em público — uma confirmação ou desmentido desse zunzum”, escreveu.
Dia de posse
A atriz Regina Duarte, tomou posse na manhã de hoje. Em seu discurso, ela assegurou que vai “zelar pela cultura do povo, repartindo com equilíbrio as fatias do fomento para que todas as regiões do país possam ter viabilizadas e expostas a sua produção e que toda a população possa desfrutar da nossa magnífica expressão cultural”. Ela também disse que tem como principal finalidade “pacificar” o diálogo da classe artística .”Meu propósito aqui é pacificação e diálogo permanente com o setor cultural, com estados e municípios, com o Parlamento e com os órgãos de controle”, afirmou.
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