O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a antecipação da entrega de 600 mil doses de vacinas infantis contra a covid-19 pela farmacêutica Pfizer. Em conversas com jornalistas na sede do Ministério, na manhã desta segunda-feira (10), Queiroga informou que está prevista distribuição de 4,3 milhões de doses do imunizante para crianças de cinco a 11 anos ainda neste mês.
Segundo a Pasta, já foram encomendadas mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer para o primeiro trimestre deste ano. Estão previstas as entregas de 7,2 milhões de doses em fevereiro e 8,4 milhões em março. A imunização para o público infantil deve começar na segunda quinzena deste mês.
As regras para a imunização de crianças contra a covid-19 foram divulgadas na última quarta-feira (5). O Ministério da Saúde recuou e não colocou a prescrição médica como exigência para a imunização do grupo, no entanto, segue com a recomendação: no site da Pasta, é informado que “os pais que decidirem imunizar seus filhos devem procurar a recomendação prévia de um médico”.
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A imunização infantil é o mais recente capítulo polêmico da gestão atual no combate a pandemia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a utilização do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro e, desde então, a imunização dessa parcela da população tem sido atacada e criticada por defensores do atual governo.
Deputados bolsonaristas compartilharam conteúdos falsos, com afirmações de que as vacinas seriam capazes de causar danos permanentes no corpo, como problemas de fertilidade e câncer.
O próprio presidente Jair Bolsonaro disseminou informações falsas sobre a vacinação infantil contra a covid-19. Na última sexta-feira (7), o senador Randolfe Rodrigues (PP-AL) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação onde pede que a corte proíba o presidente de disseminar informações falsas sobre o assunto e prevê o pagamento de uma multa para as falas.
PublicidadeO Ministério da Saúde realizou uma consulta pública, onde qualquer pessoa poderia apresentar “contribuições fundamentadas” sobre o tema. As informações apuradas foram divulgadas em uma audiência pública realizada na semana passada, marcada por falas negacionistas de médicos indicados pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a deputada Bia Kicis (PSL-DF).
Membros do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP) protocolaram no Conselho Federal de Medicina (CFM) um pedido de abertura de processo ético contra Queiroga por infrações na postura do ministro ao tratar da vacinação de crianças e o atraso para começar a campanha de imunização.