O futuro ministro da Justiça Sérgio Moro anunciou nesta segunda-feira (17) que a subprocuradora-geral da República Maria Hilda Marsiaj irá assumir a Secreatria Nacional de Justiça da pasta. A estrutura, segundo Moro, cuidará de temas como a área de imigrações e da consulta para nomeações do Presidente da República para o judiciário, além da parte do desmembrado Ministério do Trabalho que irá para a Justiça: a concessão de registros sindicais.
“[A mudança foi feita] a pedido do governo que foi eleito, com a expectativa de reduzir os problemas de corrupção nessa área, que têm sido verificados nos últimos anos”, afirmou Moro, em alusão às suspeitas levantadas na operação Registro Espúrio, da Polícia Federal (PF). A investigação, que teve sua segunda fase deflagrada na semana passada, apura desvios de R$ 12 milhões na área de concessão de registros sindicais. Após a primeira fase da operação, em julho, o Ministério do Trabalho chegou a suspender a emissão dos documentos.
A mesma estrutura também ficará com áreas como a DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional), divisão que será chefiada por Érika Mialik Marena, delegada da PF que trabalhou no início da operação Lava Jato.
Marsiaj foi a última indicação de Moro para as secretarias de seu ministério. Ela terá que se desvincular do cargo de procuradora.
Anti-corrupção
Nos quadros do Ministério Público desde 1991, Marsiaj tem um discurso com ênfase no combate à corrupção. No dia 30 de setembro deste ano, a uma semana do priemiro turno das eleições, Marsiaj escreveu em seu perfil no Facebook que considerava que o “foco” das eleições havia sido desviado para a sexualidade, que segundo ela, seria um tema secundário comparado à corrupção.
Publicidade“Na mais elementar técnica de tergiversação, o foco foi desviado do que jogou o Brasil no caos e centrado na sexualidade. Sexualidade é direito fundamental do ser humano. A orientação sexual é e deve ser livre. Básico. Mas, se assim é, o foco nessas eleições tem que estar no que sangrou e sangra nosso País: a corrupção endêmica. É a corrupção que matou milhares, talvez milhões de brasileiros, roubando dinheiro da saúde, da educação, dos investimentos em estradas, transporte, da segurança”, opinou a procuradora.