Frente a incertezas sobre filiação do presidente Jair Bolsonaro, dirigentes do PL marcaram reunião para as 15h da tarde desta quarta-feira (17) com Valdemar Costa Neto, presidente da sigla.
No final da semana passada, antes de o presidente embarcar para a viagem que faz pelo Oriente Médio, a negociação com o PL ocorria sem problemas. Chegou a ser marcada a data de filiação do chefe do Planalto para o dia 22 de novembro, uma data simbólica por ser o número da legenda nas eleições. Quando, porém, o presidente pisou em Dubai, nos Emirados Árabes, na sexta-feira (12) as conversas tinham desandado.
O que aconteceu entre o embarque do presidente em Brasília e o desembarque em Dubai foi a divulgação de uma nota assinada por Valdemar Costa Neto reafirmando a autonomia do presidente estadual do PL em Pernambuco, Anderson Ferreira, para determinar candidaturas e alianças em seu estado. A nota está sendo considerada como o estopim da crise.
Entre os dirigentes convocados, já se encontra em Brasília desde o dia 10 Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes e presidente do diretório estadual de Pernambuco da sigla. Ele se opõe à filiação de Bolsonaro ao partido, porque a chegada do presidente pode tirar seu poder de decisão de composição de chapas no estado, um dos pontos-chave para a reeleição do presidente.
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Anderson Ferreira e Valdemar da Costa Neto conversaram pessoalmente sobre as possibilidades, e foi definido que o prefeito terá autonomia e apoio para definir as eleições majoritárias e proporcionais em Pernambuco, posicionamento firmado em nota divulgada à imprensa.
“Venho por meio desta esclarecer que caberá ao presidente do PL de Pernambuco, Prefeito Anderson Ferreira, a condução dos trabalhos para a escolha dos nomes que constarão na chapa de candidatos majoritários e proporcionais das próximas eleições do Estado. Por conseguinte, as direções tomadas pela direção da legenda em Pernambuco contam com pleno apoio da direção nacional do partido”, diz a nota assinada por Valdemar.
A divulgação da nota balançou as negociações com Bolsonaro, que colocou em descrença sua aliança com o partido. Antes de partir em viagem, o próprio presidente dizia que a filiação estava “99% certa”. Quando desembarcou, porém, tudo estava mudado.
Depois de uma “intensa” troca de mensagens, conforme o termo usado pelo próprio Valdemar, a filiação ao PL estava adiada. O que aconteceu enquanto o presidente viajava para o Oriente Médio é a explicação para a mudança de humores. E essa explicação, integrantes do PL interpretam que está em uma nota publicada na sexta-feira
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