Na tentativa de resguardar Bolsonaro de uma investigação por prevaricação no caso Covaxin, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que o presidente o comunicou de maneira informal, isto é, apenas verbalmente sobre possíveis irregularidades na compra do imunizante indiano. O ministro disse, ainda, que pediu, igualmente de maneira verbal, e portanto sem registro documental, que o então secretário executivo, coronel Élcio, apurasse o caso.
As declarações foram dadas em depoimento à Polícia Federal nesta quinta (29) e a íntegra do depoimento foi divulgada pela CNN Brasil. Nele, Pazuello indica que o Presidente da República pediu para que o contrato fosse “checado” e eles trataram do assunto “de pé”, em momentos exíguos da agenda de ambos. Pazuello disse também que o contrato não contava com nenhum tipo de irregularidade apontada por órgãos, internos e externos do Ministério da Saúde. Apesar disso, correções no contrato foram feitas na ocasião a pedido das áreas jurídicas que indicavam erros.
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O general lembra que conversou com o deputado Luís Miranda (DEM-DF) num avião de São Paulo, onde ambos foram receber a primeira remessa de vacinas da Covax Facility. Ele também comentou ter conversado com ele em Brasília, em março deste ano, pouco do então ministro ter sido demitido do cargo. Pazuello, no entanto, afirmou não se lembrar do conteúdo que foi tratado na conversa.
Miranda, antigo apoiador do presidente, disse que buscou alertar Pazuello das irregularidades no contrato, descobertas pelo seu irmão, Luís Ricardo Miranda, que é servidor concursado da Saúde. A suposta inação do governo fez com que Miranda buscasse a CPI para contar sua versão dos fatos. Na ocasião, alegou que Bolsonaro foi alertado por ele e pelo irmão de um possível superfaturamento na compra da Covaxin. Na ocasião, o presidente teria ligado o fato ao líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e dito que iria apurar. Não há registro de ações para que o fato fosse investigado.
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