Cinco partidos de oposição ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), acionaram a Justiça para que a reabertura de escolas, bares e outros setores não essenciais seja suspensa na capital federal. Ibaneis publicou um decreto na última quinta-feira (2), permitindo a reabertura do comércio e a retomada das atividades presenciais em escolas, universidades e faculdades da rede pública e privada.
Os dirigentes regionais dos cinco partidos (PT, Psol, PSB, Rede e do recém-criado Unidade Popular) protocolaram nesta segunda-feira (6) um mandado de segurança coletivo no qual pedem a suspensão desse decreto até que o governo comprove, “sem margem para dúvida”, que o Distrito Federal detém a estrutura necessária de insumos para exames, máscaras, álcool em gel e estrutura e servidores suficientes para atender a todos os estudantes, sem comprometer o necessário isolamento dos servidores e estudantes em grupos de risco.
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Segundo cronograma de reabertura publicado na semana passada, salões de beleza, barbearias, esmalterias e centros estéticos poderão reabrir a partir de terça-feira (7). Também receberão autorização para funcionar esta semana academias de todas as modalidades de esporte. Bares e restaurantes poderão abrir as portas no dia 15 de julho. Em 27 de julho será a vez das escolas, faculdades e universidades particulares. As unidades de ensino públicas estão liberadas para reabrir a partir de 3 de agosto.
Para os líderes partidários, a reabertura de setores não essenciais coloca em risco a vida da população e impõe ao sistema de saúde uma sobrecarga que pode levar a rede ao colapso.
O grupo alega que até hoje não foram apresentados dados científicos que sustentem a reabertura ampla dos setores econômicos e educacionais. Para os presidentes das cinco legendas, a flexibilização do isolamento social deve ocorrer de forma gradual e a partir das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Exigimos os estudos técnicos que motivam a flexibilização. Não somos contrários à reabertura gradual dos setores econômicos e de serviços, desde que comprovado o preparo do Governo para a contenção de novos casos”, destaca o deputado distrital Fábio Felix, presidente do Psol no DF.
O grupo também reclama da falta de diálogo com o governador e reclama que ele tem dado declarações autoritárias e tomado ações irresponsáveis. “Já tentamos diálogo, mas o governador não abre espaço para mediação”, afirma Jacy Afonso, presidente do PT/DF.
Para Afonso, antes de discutir reabertura, Ibaneis precisa entregar os 800 leitos de UTI, que havia garantido entregar até o final de junho, e o hospital de campanha em Ceilândia, além de estabilizar o contágio no DF. “O sistema de saúde já está operando na capacidade máxima e não sustentará o aumento exponencial de casos”, afirma o dirigente distrital do PT.
Também assinaram o mandado de segurança Rodrigo Dias (PSB), Ádila Rocha (Rede) e Leonardo Pericles (UP).
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