O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, decidiu trocar a chefia da superintendência do Rio de Janeiro, foco de interesse da família do presidente Jair Bolsonaro. Rolando tomou posse em cerimônia fechada no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira (4).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o atual comandante do estado, Carlos Henrique Oliveira, foi retirado do cargo e convidado para ser o diretor-executivo, número dois na hierarquia do órgão.
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Oficialmente, a troca ainda não foi confirmada. Qualquer mudança na equipe precisa ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Federal afirmou que a montagem da equipe ainda não está sendo divulgada pela direção-geral e disse que é preciso aguardar que as reuniões de trabalho evoluam.
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Antes de sair do governo, Sérgio Moro acusou Bolsonaro de tentativa de interferência na corporação. Segundo ele, o presidente queria trocar o diretor-geral por interesses pessoais e tentou obter informações em inquéritos abertos nos Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro afirmou também que o presidente queria mudanças nas superintendências do Rio e de Pernambuco.
PublicidadeO ex-juiz da Lava Jato depôs no sábado (3) por mais de oito para reiterar as alegações que fez no dia em que deixou o governo.
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Deputados pedem convocação de Rolando
A bancada do Psol na Câmara apresentou requerimento de convocação do novo diretor da PF (veja a íntegra), segundo informou o deputado Marcelo Freixo (RJ).
ATENÇÃO! Eu e os demais deputados do PSOL estamos pedindo a convocação do novo comandante da PF na Câmara. Rolando Souza mal assumiu o posto e já trocou a chefia da instituição no RJ. Não deixaremos que a PF seja transformada numa polícia política para proteger o presidente.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) May 4, 2020
Para a líder do partido, deputada Fernanda Melchionna (RS), a troca na superintendência do Rio não deixa dúvidas de que Bolsonaro usa a PF para fins particulares. “Não se pode deixar que a Polícia Federal aja como segurança privada a serviço dos negócios e crimes da família. As ações de Bolsonaro são, na verdade, confissões de crimes. Ele intervém na PF do RJ para obstruir investigações em curso sobre as relações espúrias de sua família com as milícias. Não precisa ser muito visionário para prever uma próxima troca em Pernambuco. A troca da chefia da PF no RJ não deixa dúvidas de que Bolsonaro usa a PF como segurança privada para acobertar crimes da sua familícia.”
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