Duas novas previsões do Produto Interno Bruto (PIB) divulgadas para este ano elevaram um pouco mais a tensão em Brasília, que já anda em níveis altíssimos há vários dias. A projeção oficial reduziu a estimativa de crescimento de 2,1% para 0,02% em 2020. Outra, da Fundação Getúlio Vargas, estima que o PIB brasileiro poderá encolher 4,4%, o pior número registrado desde 1962.
Um parlamentar com afinidade com temas econômicos e bom trânsito no Legislativo e no Executivo disse ao Congresso em Foco Premium que “o resultado poderá ser ainda pior se Bolsonaro continuar atrapalhando”. Na opinião dele, o maior problema agora é resolver o “desnecessário, idiota” conflito diplomático com a China e concentrar todos os esforços na superação da crise de saúde causada pela pandemia do coronavírus.
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Consultores econômicos ouvidos em Brasília dizem que “é muito cedo para fazer previsões confiáveis”. A maior incógnita continua sendo o tamanho dos estragos humanitários, econômicos e sociais que a pandemia produzirá no país e no mundo.
Um parlamentar de centro afirma que é “difícil prever futuro, mas Bolsonaro pela primeira vez perdeu a guerra de narrativas. Ele vinha dando banho na oposição e na imprensa. Naturalmente as pessoas ficam com raiva dele, ele joga com isso. Esperto, ele recebia dez ataques, oito justos, dois eram exageros gerados pela raiva. Ele concentrava a reação nesses dois e se vitimizava. Quase um aperfeiçoamento da técnica petista. Agora derrapou, não dá para criar narrativas com o povo doente, sem pagar as contas, com comércio fechado… Acho que povo irá continuar com raiva do Congresso, de Maia, STF, da imprensa, mas passará a ter raiva dele também”.
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