No segundo dia da Cúpula do G20, neste domingo (22), o presidente Jair Bolsonaro citou “ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas” e defendeu a política ambiental do governo brasileiro. Ao lado dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Economia, Paulo Guedes, ele participou de uma sessão sobre sustentabilidade.
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Bolsonaro comentava o patamar alcançado pelo Brasil de um dos maiores exportadores agrícolas do mundo e do uso do território para agricultura e pecuária. “Cerca de 66% de nosso território se encontra preservado com vegetação nativa”, defendeu.
“Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis”, continuou, sem citar nomes.
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Bolsonaro também frisou que a agropecuária brasileira não parou durante a pandemia. “Durante os desafiadores meses da pandemia, nossa agropecuária se manteve ativa e crescentemente produtiva. Honramos todos os nossos contratos.”
Leia a transcrição do discurso do presidente.
PublicidadeDesmatamentos e queimadas
Sem citar diretamente os dados crescentes de desmatamentos e queimadas na Amazônia e no Pantanal, Bolsonaro falou sobre proteção dos biomas brasileiros. “Mantemos o firme compromisso de continuar a preservar nosso patrimônio ambiental.”
“O que apresento aqui são fatos, e não narrativas. São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar”, disse ele.
Desde 2019, o governo brasileiro é criticado, principalmente por países europeus, por adotar uma política ambiental leniente com crimes ambientais. Recentemente, quando ainda era candidato, o democrata Joe Biden disse, em debate televiso com Donald Trump, que a floresta tropical brasileira estava queimando. Na ocasião, o democrata levantou a possibilidade de articular um fundo de US$ 20 bilhões para ajudar o Brasil na conservação do meio ambiente. “Parem de destruir a floresta. E, se vocês não pararem, irão enfrentar consequências econômicas significativas”, citou como contrapartida.
Há cerca de dez dias, Bolsonaro lembrou o episódio e defendeu que o Brasil tenha pólvora para lidar com ameaças internacionais. “O Brasil é um país riquíssimo. Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo da Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, né, Ernesto?”, disse ao chanceler brasileiro. “Porque quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Precisa nem usar a pólvora, mas precisa saber que tem”, continuou.
Cúpula virtual
Em razão da pandemia do novo coronavírus, o encontro do G20 deste ano está sendo realizado, pela primeira vez, em formato virtual, tal como ocorreu com a cúpula dos Brics e a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O grupo, que reúne as principais economias do mundo, reúne-se anualmente para tratar de questões como comércio e desregulação.