O presidente Jair Bolsonaro fez, até às 21h desta terça-feira (7), oito publicações no Twitter e Facebook, nenhuma, porém, diz respeito à crise entre ele e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O chefe do Executivo pretendia demitir o ministro, mas precisou recuar após forte pressão do Congresso, da ala militar do Planalto e das redes sociais.
> Medo de impeachment levou Bolsonaro a recuar de demissão de Mandetta
O ministro, assim que saiu da longa reunião que teve com Bolsonaro, se posicionou fortemente sobre o ocorrido, mesmo sem citar diretamente Jair. “Nós vamos continuar, porque continuando a gente vai enfrentar o nosso inimigo. O nosso inimigo tem nome e sobrenome: é o covid-19. Nós temos uma sociedade para tentar lutar, para tentar proteger. Médico não abandona paciente. Eu não vou abandonar”, disse o ministro da Saúde em coletiva à imprensa na noite desta segunda-feira (6).
Leia também
O ministro também afirmou que começou a semana com “solavancos” e que espera ter paz para seguir trabalhando. “Ciência. Ciência. Ciência. Ciência, disciplina, planejamento, foco. Não perca! Esses barulhos que veem ao lado, fulano falou isso, beltrano falou aquilo, esquece, eles estão aqui do lado apesar dos pesares. Foco aqui”, disse o ministro. Bolsonaro, porém, se calou.
Durante coletiva de imprensa para atualizar as informações sobre os casos de coronavírus no país, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, afirmou que o real motivo da reunião de Bolsonaro com Mandetta não será revelado. Mandetta tentou diminuir a tensão e afirmou que prefere olhar para a frente, sem olhar no retrovisor.
Hoje, Bolsonaro voltou a defender hidroxicloroquina e atacou o ex-presidente Lula, publicando uma foto dele saindo do enterro do neto, escoltado por policiais federais. Nenhuma publicação sobre a permanência do ministro foi feita pelo presidente, que costuma utilizar o Twitter para falar das questões de governo diariamente.