O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou em entrevista à TV Band nesta sexta-feira (23) que não irá dividir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública e que, caso quisesse demitir Sergio Moro, não precisaria fritá-lo antes.
“Olha, eu não preciso fritar ministro para demitir. Nenhum ministro meu vive acuado com medo de mim. Minhas ações são bastante pensadas e muito bem conversadas antes”, afirmou.
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O presidente, que está em viagem oficial na Índia, disse que a separação da pasta foi pedida pelos secretários estaduais de segurança pública, durante reunião em Brasília na quarta-feira (22).
“Tive há dois dias um encontro com aproximadamente 20 secretários de estado, fizeram uma série de pedidos para mim: a questão de liberação do orçamento, de recursos, a isenção de IPI para armamento de policiais, e, também, propuseram o renascimento do Ministério da Segurança”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, ele não poderia negar o pedido imediatamente, por isso, disse que o assunto estava sendo estudado. “Não posso falar ali: não, sim… De imediato, jamais poderia fazer isso. Agora, em função disso vão para maldade, como se eu já tivesse interessado”, explicou.
PublicidadeO presidente afirmou que não tem problema com Moro e elogiou sua performance à frente da pasta. “Todos os ministros tem o mesmo valor pra mim, e eu interfiro em todos os ministérios. Não existe qualquer fritura nem qualquer tentativa de esvaziar o senhor Sergio Moro, muito pelo contrário, tá fazendo um bom trabalho por parte da segurança, juntamente com o secretário de estado”, comentou.
Imposto do pecado
Bolsonaro também negou a possibilidade da criação do “imposto do pecado”, proposto por Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Poxa, Paulo Guedes, a alegria do povo brasileiro é tão pouca, né? Eles têm dificuldade, muita gente desempregada… Me dou muito bem com o Paulo Guedes, mas combinamos lá atrás: não tem aumento de imposto no Brasil. Então, acho que o Paulo Guedes falou fora de contexto ai aumentar o imposto da cerveja”, disse.
A ideia de Guedes era aproveitar as discussões da reforma tributária e agrupar em uma categoria tributária todos aqueles produtos que possam ser prejudiciais à saúde, incluindo os que são um fator para a obesidade infantil.
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