O ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun, fez algumas sugestões ao pré-candidato da sigla, Henrique Meirelles, e a deputados do partido. Na mensagem, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo no fim da noite de ontem (domingo, 22) o articulador político do presidente Michel Temer fala em manter o programa Bolsa Família, mas sugere uma série de outras mudanças, como um “valor mínimo para o atendimento pela saúde pública”. O Sistema Único de Saúde (SUS) permaneceria gratuito “somente para aqueles que são realmente carentes”.
O ministro afirmou que as propostas são suas “posições pessoais”, a serem discutidas com Meirelles com o partido.
Meirelles confirmou ao jornal que recebeu o texto de Marun, que propõe ainda uma “leniência” ao caixa dois de eleições passadas – uma tentativa de aprovar uma medida semelhante se deu em 2016 na Câmara – e uma nova instância da Justiça, uma Corte acima do Supremo Tribunal Federal (STF). O emedebista afirmou à repórter Marina Dias que leria as propostas do colega com cuidado e conversaria com a equipe que monta seu programa de governo.
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Retomar a reforma da Previdência, proposta que foi enterrada no Congresso no início do ano, após as eleições também faz parte do “pacote” proposto por Marun.
“Débil mental”
Ao comentar a interferência do Palácio do Planalto para pôr fim ao flerte entre o grupo de partidos chamado de “Centrão” com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), o ministro o chamou de “débil mental”.
PublicidadeMarun afirma na mensagem que o veto ao apoio de PR, DEM, PP e PRB à candidatura do pedetista ajudou o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), mas que isso não era “de todo ruim”.
Marun afirmou que não teria se referido ao ex-governador do Ceará dessa forma se soubesse que a mensagem se tornaria pública. Em resposta à reportagem, afirmou que um candidato à Presidência “deve ser publicamente tratado com maior respeito”, independente de posições pessoais.
Outras sugestões
Além de anistia ao caixa dois, SUS pago, criação de uma Corte acima do STF e retomada da reforma da Previdência em novembro, o articulador de Temer também sugere uma reforma política em janeiro, “relativização” da estabilidade do funcionalismo público, autonomia do Banco Central, revogação da Lei da Bengala, votação da proposta que cria a lei do Abuso de Autoridade, criação de um Conselho Superior para as polícias e obrigatoriedade de TVs públicas apresentarem programas educativos produzidos pelo governo todos os dias em duas faixas horárias.