Em entrevista à agência de notícias alemã DPA, o ex-presidente Lula (PT) defendeu “uma ampla coalizão contra Bolsonaro em 2022”. Ele deixou abertas as possibilidades de ser candidato à presidência ou de apoiar algum outro nome capaz de formar uma aliança da esquerda contra Jair Bolsonaro.
“O que eu quero, como candidato ou como apoiante de um candidato, é ajudar a vencer o atraso que se criou no Brasil. Podemos ter uma ampla coalizão contra o Bolsonaro em 2022 para recuperar o direitos do povo brasileiro”, diz.
Desde a prisão de Lula, o PT se isolou do resto da oposição ao manter como bandeira quase única a libertação do ex-presidente. Agora, solto, Lula dá sinais de mudança de postura.
“A candidatura presidencial não é uma questão de desejo pessoal. Em 2018, eu queria concorrer porque sabia que, com minha experiência, poderia fazer muito mais. Eu era o favorito para ganhar a eleição, mas eles criaram uma farsa para impedir minha candidatura”, afirma.
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A declaração de Lula foi recebida com certo ceticismo em partidos de esquerda. Fonte ouvida pelo Congresso em Foco diz que o ex-presidente já deu sinalizações no mesmo sentido em outros momentos.
“O Lula faz movimento em zig zag desde que saiu da cadeia. Ele já falou sobre uma coalizão outras vezes, mas aí passa uma semana e ele diz que para o PT apoiar alguém tem que ser mais forte que o candidato do próprio PT”, avalia.
PublicidadeOutro ponto destacado pela fonte é a posição do PT nas eleições municipais. Em São Paulo e no Recife, partidos próximos ao PT têm candidatos fortes – Guilherme Boulos (Psol) e João Campos (PSB) -, ainda assim, a despeito de tentativas de composição, o PT não abriu mão de candidatura própria.
“O Lula é, ao mesmo tempo, nossa solução e nosso problema” resumiu a fonte.