O ex-presidente Lula (PT) foi para o Twitter cobrar do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que coloque em votação um dos mais de 30 processos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonarona Câmara. Segundo Lula, Bolsonaro tende a “endurecer” o discurso e caminhar para um viés cada vez mais “autoritário”.
“Acho que o Bolsonaro trabalha com a ideia de endurecer cada vez mais, de um governo autoritário. Espero que o presidente da Câmara coloque o impeachment em votação. Porque o Brasil não aguenta três meses do jeito que está sendo governado”, disse o ex-presidente na rede social.
O presidente da Câmara ainda não deu sinalização se pretende tirar da gaveta algum dos processos de impeachment contra o presidente.
Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), não é o momento de ser pautado o afastamento do chefe do Executivo. A afirmação foi feita em uma live promovida pela Casa do Saber nesta quarta-feira (13). “É melhor evitar. Mas quem tem que evitar mesmo é quem está no poder. Bolsonaro está cavando a própria fossa. Pare de cavar, meu Deus. Não quero isso. Sei o custo histórico. Eu me opus ao impeachment do presidente Lula. Ele foi o primeiro líder sindical que chegou à presidência. Vamos tirar? Isso fica na história. Eu não me movo na direção de derrubar alguém, mas se esse alguém não melhora, ele cai”, afirmou o tucano.
Bolsonaro conta com apoio de parte do Centrão, que promete blindá-lo, em troca disso, o grupo está conquistando cargos dentro do governo, ou seja, o velho toma lá da cá. Essa medida foi muito criticada por Bolsonaro antes de assumir e durante seu primeiro ano de mandato, porém, nos últimos meses, Jair tem mudado de posicionamento e feito alianças políticas com o Centrão, incluindo com deputados processados e até mesmo corruptos confessos, como é o caso de Roberto Jefferson, delator do Mensalão.
Além da resistência política, um possível impeachment de Bolsonaro encontra barreira em uma resistência popular. Segundo pesquisa CNT/MDA (íntegra) divulgada na terça-feira (12), 21% consideram o governo Bolsonaro regular e 32% aprovam sua gestão.