O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta sexta-feira (11) ser contra a reeleição para as presidências da Câmara e do Senado. “Eu pessoalmente sou contra reeleição. Eu acho que a renovação sempre é útil, a gente pode criar novas lideranças e dar novas oportunidades. Mas o governo e eu, como líder do governo, não daremos opinião sobre o episódio da eleição tanto do Senado quanto da Câmara”, disse em entrevista ao vivo para o UOL.
Os atuais presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), buscam a recondução para as presidências das duas Casas em 2021. Enquanto Davi atua de forma mais aberta, oficialmente Maia nega a intenção de disputar novo pleito. A mudança parte de uma reinterpretação do texto constitucional, que hoje permite a reeleição para cargos do Executivo, como presidente, governador e prefeito, mas impede a reeleição para as presidências da Câmara e do Senado de forma consecutiva.
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“Acho que é legítimo que eles [Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia] procurem essa interpretação e vamos aguardar o resultado”, afirmou Barros. “O governo não se intromete em eleição de outro poder”, completou. A mudança é perseguida no Supremo Tribunal Federal (STF) e por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que começou a tramitar no Senado.
Citando artigo do ex-presidente FHC em que o tucano faz uma ‘mea culpa’ acerca do instituto da reeleição, Barros lembrou que em 1997 foi o único deputado federal do PFL a votar contra a reeleição. A mudança constitucional garantiu a candidatura e vitória de FHC no pleito de 1998. O líder do governo ponderou, no entanto, que é um “caminho natural” que a maior parte dos partidos do Centrão apoiem a reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022.
O Centrão, grupo formado por partidos de centro e direita, passou a integrar a base do presidente este ano. As negociações envolvem troca de cargos em diversos órgãos e entidades da administração pública.
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