A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) apresentou nesta segunda-feira (1) um pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro, por crimes contra a população indígena. O requerimento da deputada – a única representante indígena do Congresso Nacional – é o 66º pedido aberto contra o chefe do Executivo desde o início do seu mandato, em 2019.
Veja a íntegra do pedido:
Em sua argumentação, Joenia afirma que o governo federal mantém uma “violação institucionalizada de direitos indígenas”. Entre os fatos concretos apresentados pela deputada, estão a invasão de terras Yanomâmi no estado de Roraima, o assassinato de lideranças indígenas no Maranhão, e um genocídio das populações originais do Brasil.
“O teatro de absurdos sem fim que vivem engendrados o presidente da República, sua família e membros do seu Governo estão levando ao desmonte de políticas públicas, órgãos públicos, serviços públicos, a desrespeitar servidores públicos que atuam em determinadas áreas e ao genocídio dos povos indígenas”, escreveu a deputada em seu requerimento, “ao colocar em risco suas vidas e destruir a base principal de sua sobrevivência física e cultural: a terra no sentido de território e a possibilidade de existir.”
O pedido de impeachment é apresentado também por outros membros da Rede, como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e os deputados como Erika Kokay (PT-DF), David Miranda (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ). O anúncio foi feito pela deputada em coletiva no Congresso Nacional.
PublicidadePelas violações contra os direitos humanos dos povos indígenas, apresentamos um pedido de impeachment contra o Presidente @jairbolsonaro. Não podemos aceitar tantas violações e ataques aos povos originários desse país. #impeachmentJa pic.twitter.com/Cw0F4w4DHn
— Joenia Wapichana (@JoeniaWapichana) February 1, 2021
O pedido deve ser ser mais um a pressionar o próximo presidente da Câmara, a ser escolhido em eleição na noite desta segunda-feira. O presidente da Casa pelos últimos dois anos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) considerou, até seu último dia no cargo, não ser possível analisar a abertura de um processo de destituição do cargo no Congresso Nacional.
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