Após o Twitter bloquear contas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por ordem de Alexandre de Moraes, bolsonaristas criticaram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O assessor especial da Presidência da República Filipe G. Martins comentou a suspensão de contas de apoiadores do presidente no Twitter. Segundo ele, a ação tem o objetivo de intimidar o grupo e acostumar a população à ideia de que autoridades podem calar e censurar quem os incomoda. Filipe é assessor do presidente para assuntos internacionais e seu comentário foi o primeiro vindo do Palácio do Planalto sobre a ação desta sexta-feira (24).
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Entre as contas suspensas, estão a da militante Sara Winter, a do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, a do empresário Luciano Hang e as dos blogueiros Allan dos Santos, do site Terça Livre, e Bernardo Kuster, do site Brasil Sem Medo.
Em nota, o Twitter esclareceu que “agiu estritamente em cumprimento a uma ordem legal proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)”. A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no Supremo.
A suspensão das contas de apoiadores do Presidente tem um objetivo simples: intimidar todos os demais apoiadores, enquanto acostuma o restante da população com a idéia sinistra de que certas autoridades possuem o poder e a legitimidade para calar e censurar quem os incomoda.
Publicidade— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 24, 2020
Roberto Jefferson afirmou à CNN que vai “continuar batendo nesses senhores”. Ele disse ainda que os ministros do Supremo “formaram uma organização criminosa para a prática do crime de abuso de autoridade, e o chefe dessa Orcrim é o ministro Alexandre de Moraes”.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, afirmou que a derrubada de contas é sem precedentes. “A decisão de suspender as contas é contraditória porque a investigação não está concluída. País sob censura”, escreveu ele.
A decisão do FB e do TW de derrubar as contas de apoiadores de @jairmbolsonaro é sem precedentes na rede mundial, que se caracteriza pela ampla liberdade de expressão. A decisão de suspender as contas é contraditória porque a investigação não está concluída. País sob censura.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 24, 2020
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse estar preocupada com a liberdade de expressão de quem tem linha ideológica de direita. “É uma tentativa de calar a direita. Até onde isso vai?”, disse ela em vídeo.
A quem a gente vai recorrer? pic.twitter.com/ctDqj4Qi8Q
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) July 24, 2020
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) criticou a ação de Moraes, afirmando que ele tornou-se “o dono da bola da liberdade de expressão do Brasil”.
Todo dia, ao acordar, Alexandre de Moraes pensa: o que posso fazer para ser mais odiado e enojado pela população?
Cada dia se supera mais! Tornou-se o Joãozinho dono da bola da liberdade de expressão do Brasil!
— Carlos Jordy (@carlosjordy) July 24, 2020
Em resposta a uma mensagem da ex-deputada Manuela D´Ávila, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) disse que “comunistas sentem que o clima melhora quando adversários são eliminados”. Manuela, que foi candidata a vice na chapa de Fernando Haddad (PT) em 2018, havia insinuado que o clima no Twitter havia melhorado.
Um democrata se preocupa quando indivíduos são censurados em ações completamente arbitrárias e autoritárias. Já comunistas sentem que o clima melhora quando adversários são eliminados. É histórico. De Stalin até Avião, nada mudou. https://t.co/TwHAqi0aOn
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) July 24, 2020
Por sua vez, Olavo de Carvalho, tido como o guru do bolsonarismo, cobrou atitude do presidente em resposta à ação. “O presidente e seus queridos generais farão algo para proteger a liberdade e os direitos civis diariamente pisoteados pelos imperadores da toga?”, questionou ele.
O presidente e seus queridos generais farão algo para proteger a liberdade e os direitos civis diariamente pisoteados pelos imperadores da toga? O futuro do Brasil depende da resposta a essa pergunta.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) July 24, 2020