Nesta quarta-feira (27), a Polícia Federal cumpriu 29 ordens de busca e apreensão na investigação que apura esquema de notícias falsas e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi determinada pelo relator do Inquérito 4781, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A ação agitou Brasília ao atingir em cheio o núcleo de comunicação do bolsonarismo, empresário próximos e também deputados aliados, que foram convocados a depor.
No inquérito, Alexandre de Moraes afirmou que provas colhidas e laudos periciais apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas. Chamada de “Gabinete do Ódio” em depoimentos de parlamentares, a estrutura desfere ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática.
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Luciano Hang, dono da Havan, foi citado no inquérito, ao lado de outros empresários, como possível responsável “pelo financiamento de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo difamante e ofensivo ao STF”.
A operação gerou reações dentro do governo e o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião ministerial de emergência para discutir o caso.
Ao longo do dia, Augusto Aras, o procurador-geral da República defendeu o arquivamento do inquérito por entender que compete ao Ministério Público dirigir a investigação criminal, no sentido de definir quais provas considera relevantes para promover a ação penal, com oferecimento de denúncia ou arquivamento.
Leia a íntegra do inquérito
PublicidadeSara Winter, apoiadora de Bolsonaro que foi um dos alvos da operação, gravou um vídeo ameaçando o ministro Alexandre de Moraes. “Pena que ele mora em São Paulo, porque se estivesse aqui eu já tava lá na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo”, disse.
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