Hackers invadiram o sistema eletrônico do Hospital das Forças Armadas e divulgaram quatro exames que alegam ser do presidente Jair Bolsonaro. Os resultados clínicos datam de junho de 2019 a janeiro de 2020, antes do presidente ter feito testes para saber se tinha coronavírus.
Os resultados dos exames de covid-19 entregues pelo governo ao Supremo Tribunal Federal deram negativo para a doença.
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O grupo se autointitula Digital Space e divulgou os exames no Twitter na quinta-feira (14). Posteriormente, a conta do grupo foi suspensa pela rede social. O Exército confirmou ao jornal Estado de São Paulo que teve o sistema invadido, mas não respondeu sobre as veracidade dos exames vazados.
De acordo com o grupo, não foram encontrados os resultados de covid-19 feitos por Bolsonaro . Os hackers afirmaram que buscaram pelo nome do presidente e pelos codinomes que a Advocacia Geral da União (AGU) entregou a pedido do STF, mas não encontraram nenhum registro.
Bolsonaro realizou exames nos dias 12 e 18 de março, após retornar de viagem aos Estados Unidos, mas não divulgou os resultados. Ao menos 23 pessoas que o acompanharam foram diagnosticados com a covid-19, incluindo auxiliares próximos, como o secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
Ao se recusar a divulgar os resultados, a exemplo do que fizeram outros líderes do mundo, Bolsonaro levantou dúvidas. O interesse em torno do resultado dos exames aumentou ainda mais depois que o presidente começou a participar de aglomerações. Em entrevista à Rádio Guaíba em 30 de abril, ele disse que “talvez” tenha contraído o coronavírus.
Inicialmente, a requisição pelo jornal Estado de São Paulo foi feita à Justiça de São Paulo, que deferiu o pedido. Posteriormente, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região confirmou a decisão da primeira instância. Bolsonaro então recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o presidente da Corte, João Otávio de Noronha, deu decisão contrária e desobrigou o presidente da entrega dos exames. O jornal decidiu, então, acionar a mais alta Corte do país em busca de um desfecho definitivo para o imbróglio judicial.
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