O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16) que, após semanas de debate, a pasta optou por não decretar horário de verão para os últimos meses de 2024. Silveira considera que, além de não haver risco energético até o fim do semestre, já passou o momento em que a medida poderia promover benefícios significativos.
A possibilidade de decretação de horário de verão foi levantada dentro do governo após uma recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, em meados de setembro. O receio do órgão era de que a estiagem de setembro, a pior no Brasil em mais de 50 anos, poderia comprometer a operação das usinas hidrelétricas.
“Nós chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação de horário de verão para esse verão. Nós temos a segurança energética assegurada e o início de um processo de restabelecimento, ainda muito modesto, mas de restabelecimento da nossa condição hídrica”, declarou Alexandre Silveira.
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O ministro explicou que, ao longo do ano, uma série de medidas foi adotada pela pasta exatamente para evitar o desabastecimento das usinas hidrelétricas, de modo a garantir com que elas cheguem ao final do período de secas sem o risco de interrupção da operação.
Além de o funcionamento das usinas estar assegurado, Silveira chamou atenção para o ciclo de economia energética gerada pelo horário de verão. “O horário de verão tem o pico do custo-benefício nos meses de outubro, novembro e meados de dezembro. Se o fizéssemos agora, nós usufruiríamos muito pouco desse pico do custo-benefício”, completou.
Fator clima
Apesar do descarte da decisão para 2024, Silveira ressaltou que a possibilidade do retorno do horário de verão permanecerá na mesa nos próximos anos. “É importante que ele seja sempre considerado. Ele não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político. Ela é uma política que tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, e portanto deve sempre estar na mesa para uma avaliação precisa para o governo federal”, defendeu.
A maior probabilidade, ele acrescenta, é de que eventualmente seu retorno se torne necessário, uma vez que a tendência para os próximos anos é de intensificação de fenômenos climáticos extremos, aumentando a demanda por políticas de economia energética.
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