O Diário Oficial Da União (DOU) desta quarta-feira (21) trouxe a exoneração do ministro das Comunicações Fábio Faria. Segundo a publicação assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a exoneração foi a pedido de Faria.
Faria foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte por quatro mandatos seguidos. Se licenciou em 2020 para assumir o cargo de ministro, quando o ministério das Comunicações foi recriado por Bolsonaro. Até então, a Pasta era vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Faria foi filiado ao PSD por mais de uma década, mas deixou a legenda no começo do ano para entrar para o Partido Progressistas (PP), o mesmo do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). Cogitou sair como candidato ao Senado neste ano, mas optou por manter o cargo no governo e auxiliar no projeto de reeleição de Bolsonaro.
Faria foi o porta-voz do governo na apresentação de uma denúncia de que emissoras de rádio, sobretudo do Norte e Nordeste, tinham deixado de veicular inserções da propaganda eleitoral de Bolsonaro. No factoide apresentado pelo ministro e um dos coordenadores da campanha do presidente, Fabio Wajngarten, constava até mesmo uma rádio do pai de Faria como uma das que “boicotaram” Bolsonaro.
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Quatro dias após convocar a imprensa para comunicar “fatos graves”, o ministro afirmou que estava arrependido do ato. “A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, disse o ministro das Comunicações à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. “Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que iria escalar, eu não teria entrado no assunto”, acrescentou.
O factoide foi prontamente barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de alegar a falta de provas, o ministro Alexandre de Moraes oficiou a Procuradoria-Geral Eleitoral por avaliar o pedido como uma tentativa de tumultuar o segundo turno das eleições.