Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) aponta uma correlação entre a pandemia do coronavírus e o apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Em municípios onde o presidente – que historicamente minimiza os efeitos do covid-19 – foi mais votado, os casos e as mortes foram mais frequentes. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Para cada 10 pontos percentuais a mais que Bolsonaro teve no primeiro turno das eleições de 2018, a cidade teria 11% mais casos de coronavírus e 12% mais mortes. O chamado “Efeito Bolsonaro” causaria, portanto, mais estragos em municípios onde o apoio ao presidente nas eleições teria ficado mais claro, e onde o discurso bolsonarista de negação aos efeitos severos da doença teria sido absorvido com mais facilidade.
As falas do presidente Bolsonaro, que foi às ruas e causou aglomerações por diversos momentos durante a pandemia, até ele mesmo ser infectado em julho, ajudaram a calibrar a reação da população brasileira no combate ao vírus.
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Outro estudo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do ABC (UFAbc) mostra que, a cada fala do presidente minimizando os efeitos da pandemia, houve uma sensível diminuição nos índices de isolamento social – considerados essenciais para o controle da pandemia. Este estudo também apontou uma correlação entre o número de casos confirmados e mortes da doença e a votação a favor do presidente nas eleições de 2018.
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