Ao menos 85 cidades brasileiras de 24 estados e do Distrito Federal têm protestos de rua contra o presidente Jair Bolsonaro marcados para este sábado (29). Parlamentares da oposição, de diversas siglas, ouvidos pelo Congresso em Foco comentaram as expectativas em relação à manifestação e demonstraram consonância em defender protestos físicos, ainda que durante a pandemia.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) diz que a mobilização é uma forma de enfrentar a política do governo. “Se ele estava esperando que não ia ter mobilização de rua contra o que ele está fazendo, ele vai se surpreender com o que vai acontecer neste sábado”, falou.
De acordo com ele, um conjunto de fatores resulta nas manifestações contra o presidente. “O fato de ele se mobilizar com grupos de extrema-direita na rua demonstra que também é necessário ocupar esses espaços para não deixar os fascistas avançarem. Existe uma necessidade de estar presente na rua. Não por capricho ou gosto, mas pela necessidade de barrar a política de destruição e de mortes que esse governo está tocando”, afirmou Braga.
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Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), líder petista na Câmara, o apoio dos partidos às manifestações é essencial desde que haja segurança. “O partido (PT) defende e apoia. A expectativa é que as pessoas possam ter o devido cuidado para não seguir a linha do Bolsonaro sem máscaras e álcool em gel. É muito justo ver que as pessoas vão se unir com todos os cuidados”.
Os organizadores afirmam que tentarão seguir os padrões de distanciamento e uso de máscaras e álcool em gel. Entre as medidas sanitárias a serem seguidas, apoiadores são orientados a participarem em grupos pequenos, sempre com uso proteção facial, de preferência N95 ou PFF2, evitar horários de pico e estarem atentos aos sintomas de covid-19. Também haverá distribuição de kits básicos de higiene.
O deputado Aliel Machado (PSB-PR) reitera que as manifestações não são partidárias, mas sim de pessoas que não suportam o governo de Bolsonaro.
Publicidade“A ideia é uma mobilização nacional, não de partidos, mas da sociedade, das instituições em defesa da vida. Isso é mais que a esquerda, isso é uma manifestação de todos que são contra a barbárie”, aponta.
Questionado sobre a unificação dos partidos de esquerda na organização dos atos, Aliel afirma que, apesar dos desencontros, a esquerda ainda tem um inimigo em comum. “Mesmo com as diferenças que todos temos, mesmo com projetos de candidaturas próprias, temos em comum a certeza de que não é possível não esbravejamos nessas ações do governo”, disse.
Os atos ocorrem em defesa do impeachment do presidente, novas medidas de proteção, ampla distribuição de vacinas nacionais e a volta do auxílio emergencial para R$ 600. Os manifestantes também pedem mais verbas para a educação.
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