O líder do PT na Câmara dos Deputados, Bohn Gass (RS), e a presidente nacional do partido, a também deputada Gleisi Hoffmann (PR), iniciaram uma ofensiva nesta segunda (24) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o passeio ciclístico do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (23).
No ofício encaminhado à presidente do TCU, ministra Ana Arraes, Bohn Gass alerta que além do gasto de dinheiro público com esse passeio pela capital fluminense, o ato de Bolsonaro gerou prejuízos maiores que o financeiro:
“[O prejuízo] está na confiança da sociedade nas instituições públicas, na consciência do cidadão de que seu voto contribui para o bem da comunidade em que vive e não para beneficiar interesses de uns poucos”, argumentou Bohn Gass. “Nesse instante em que a sociedade brasileira espera de seu Presidente, Ministros e Generais, atitudes e decisões que dignifiquem o cargo, o que se verifica são ações e medidas que visam unicamente instrumentalizar a estrutura de poder da família presidencial, com o uso de recursos públicos de maneira indevida, contra cidadãos e instituições.”
Na argumentação enviada ao TCU, houve desvio de finalidade no evento – e qualquer valor público deve ser restituído. “Todas as despesas incorridas foram feitas sem que se tenha uma justificativa pública adequada. Os responsáveis devem devolver tais recursos ao erário, além de sofrerem as consequências administrativas pertinentes”, escrevem.
Bohn Gass e Gleisi também requisitaram informações de todos os montantes despedidos com a ida do presidente ao Rio de Janeiro, por meio da Câmara dos Deputados. O pedido na Câmara também pede que sejam discriminados os servidores civis e militares que estiveram no ato em nome da Presidência da República.
PublicidadeOs parlamentares também requisitaram as informações ao Gabinete de Segurança institucional (GSI), comandado pelo general Augusto Heleno. No pedido, eles alegam ser necessário que a sociedade brasileira tenha total acesso a essa planilha de gastos. “Os gastos realizados pelas autoridades que comandam o País, devem estar sob constante vigilância da sociedade brasileira e, consequentemente, do Congresso Nacional e seus parlamentares”, escrevem os deputados.
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