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O governo Bolsonaro terá 22 ministérios, sete a mais do que o prometido na campanha e quase metade dos 40 que Dilma Rousseff chegou a ter. O novo ministério é marcado por três características. A mais flagrante é que, pela primeira vez desde a redemocratização, um presidente formou o gabinete sem combinar antes as nomeações com os partidos políticos. Entre eles, 13 vão estrear no Executivo ao assumirem seus cargos no governo federal. Somente nove já trabalharam em funções da administração pública.
O novo ministério pode ser dividido em seis grupos: o econômico, capitaneado por Paulo Guedes (Economia); o político, com Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) à frente; o militar, liderado pelo general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); o da Justiça, comandado por Sério Moro; o ideológico; e o técnico (os dois últimos sem lideranças unificadoras). Aos ministros se somam, no coração do poder, o núcleo familiar de Bolsonaro – formado por seus três filhos políticos e pela esposa – e o vice-presidente, general Hamilton Mourão.
Políticos
Bolsonaro pediu indicações de bancadas parlamentares, mas as escolhas com esse carimbo não passaram de quatro: Tereza Cristina (Agricultura), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e Osmar Terra (Cidadania). Todos os demais membros do primeiro escalão federal, incluindo os outros dois ministros políticos (Onyx e Bebianno), foram escolhas pessoais de Jair Bolsonaro.
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É uma inegável novidade, que torna ainda mais imprevisível o destino do governo. Por um lado, dar um basta à tutela de partidos geralmente fisiológicos e corruptos sempre foi uma demanda popular. Por outro, sempre se receou que tal comportamento levasse a retaliações no Congresso.
Escalões inferiores
Para tentar amenizar eventuais danos, Bolsonaro recebeu mais de 300 congressistas durante a transição. A mensagem é clara: acabou a moleza, mas o acesso ao chefe do Executivo está garantido. Nos bastidores, assessores de Onyx negociam com deputados postos de segundo e terceiro escalão e cargos nos estados, além de prometerem empenho para que as emendas parlamentares sejam executadas com prioridade.
PublicidadeOutra característica notável do ministério é a ampla concentração de poderes em algumas pastas, notadamente naquelas entregues a Paulo Guedes e Sérgio Moro, os dois grandes superministros da nova gestão. Também terão suas capitanias reforçadas a ministra da Agricultura, que terá sob seu guarda-chuva ainda a Reforma Agrária e a Pesca, e o ministro da Cidadania, Osmar Terra, que acumulará, além do Desenvolvimento Social, a Cultura e o Esporte, que serão extintos.
Conheça abaixo os principais integrantes de cada grupo:
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PAULO GUEDES – MINISTRO DA ECONOMIA
Aproximou-se de Bolsonaro em 2017 e virou seu “Posto Ipiranga” para temas econômicos. Terá sob sua alçada algo que nenhum dos seus antecessores teve: Fazenda, Planejamento, Previdência, Indústria e Comércio, Comércio Exterior e um naco do extinto Ministério do Trabalho. Escolheu com liberdade todos os cargos-chave da equipe econômica. Economista reconhecido, seus pontos frágeis são a inabilidade e o desconhecimento da administração pública. É o avalista do apoio dado a Bolsonaro pelo mercado financeiro, no qual atua há mais de 30 anos.
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ROBERTO CAMPOS NETO – PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL (STATUS DE MINISTRO)
Deixará uma carreira de 16 anos no Banco Santander, do qual é diretor, para assumir o cargo, após ser sabatinado e aprovado pelo Senado. Neto do economista Roberto Campos, ministro do Planejamento de 1964 a 1967.
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[bs-heading title=”Núcleo da Justiça e da Segurança Pública” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#81d742″ heading_style=”t6-s6″ heading_tag=”h3″ bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ bs-text-color-scheme=”” css=”” custom-css-class=”” custom-id=””]
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SÉRGIO MORO – MINISTRO
Estrela maior do ministério, pela popularidade alcançada no combate à corrupção, ganhou fama nacional a partir de 2014 ao conduzir, como juiz federal, os processos da Lava Jato. Foi responsável pela condenação do ex-presidente Lula no processo do triplex do Guarujá. Renunciou à magistratura para assumir o cargo. É outro ministro que concentrará poderes que antecessores jamais experimentaram, ao abarcar a Polícia Federal (PF), o Coaf, o Cade, a Polícia Rodoviária Federal, o registro de entidades sindicais e toda a área de segurança pública.
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[bs-heading title=”Núcleo Militar” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#81d742″ heading_style=”t6-s6″ heading_tag=”h3″ bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ bs-text-color-scheme=”” css=”” custom-css-class=”” custom-id=””]
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AUGUSTO HELENO – MINISTRO DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL (GSI)
Principal nome do grupo militar e o mais próximo a Bolsonaro, coordenou o programa de governo na campanha eleitoral. Foi afastado do comando da Amazônia em 2009, no governo Lula, após criticar a política indigenista. Chefiou a missão de paz da ONU no Haiti entre 2004 e 2005.
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BENTO COSTA – MINISTRO DAS MINAS E ENERGIA
Militar desde a década de 1970, é diretor-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha e faz parte do conselho de administração da Nuclebras, estatal que desenvolve o programa nuclear brasileiro. É pós-graduado em Ciência Política pela UnB.
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CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ – MINISTRO DA SECRETARIA DE GOVERNO
Atuará na articulação política com o Congresso e no diálogo com estados e municípios. General da reserva do Exército, comandou missões de paz no Haiti e no Congo. Foi secretário nacional de Segurança Pública entre 2017 e 2018 no governo Temer.
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FERNANDO AZEVEDO E SILVA – MINISTRO DA DEFESA
General da reserva, foi chefe do Estado-Maior do Exército. Até ser anunciado, o militar assessorava o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que foi consultado por Bolsonaro sobre a indicação.
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MARCOS PONTES – MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Primeiro brasileiro a voar pelo espaço, é tenente-coronel da Aeronáutica e formado pelo Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA). Filiou-se ao PSL de Bolsonaro no início do ano e se elegeu suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP).
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TARCÍSIO GOMES – MINISTRO DA INFRAESTRUTURA
Formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e pela Academia Militar de Agulhas Negras, o ex-capitão do Exército é consultor legislativo da Câmara e já foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
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[bs-heading title=”Núcleo Político” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#81d742″ heading_style=”t6-s6″ heading_tag=”h3″ bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ bs-text-color-scheme=”” css=”” custom-css-class=”” custom-id=””]
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ONYX LORENZONI (DEM) – MINISTRO DA CASA CIVIL
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul, encerra neste ano seu quarto mandato na Câmara. Será responsável pela articulação política com o Congresso, função que já vem desempenhando como coordenador da equipe de transição.
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GUSTAVO BEBIANNO (PSL) – MINISTRO DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA
Advogado, presidiu o PSL durante a campanha por exigência de Bolsonaro. Comandará a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e seu bilionário orçamento para investir na publicidade do governo.
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TEREZA CRISTINA (DEM) – MINISTRA DA AGRICULTURA
Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a deputada é engenheira agrônoma e empresária. A pasta será reforçada com a incorporação dos ministérios da Pesca e do Desenvolvimento Agrário. Foi indicada ao cargo pela bancada ruralista.
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OSMAR TERRA (MDB) – MINISTRO DA CIDADANIA
Único integrante do MDB no primeiro escalão do governo, foi ministro do Desenvolvimento Social do presidente Michel Temer por quase dois anos. Sua pasta unirá os extintos ministérios da Cultura e do Esporte, além do Desenvolvimento Social.
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LUIZ HENRIQUE MANDETTA (DEM) – MINISTRO DA SAÚDE
Ortopedista e deputado federal por Mato Grosso do Sul, foi um dos criadores da Frente Parlamentar da Medicina, criada no final de 2017. Indicação da Frente Parlamentar da Saúde, é crítico do programa Mais Médicos.
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MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO (PSL) – MINISTRO DO TURISMO
Prestes a completar seu segundo mandato na Câmara, foi o deputado mais votado de Minas Gerais nas últimas eleições, com mais de 230 mil votos. Recebeu apoio de deputados da frente parlamentar do turismo e do chamado “trade” do setor.
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[bs-heading title=”Núcleo Ideológico” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#81d742″ heading_style=”t6-s6″ heading_tag=”h3″ bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ bs-text-color-scheme=”” css=”” custom-css-class=”” custom-id=””]
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RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ – MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Nascido na Colômbia, o professor e filósofo é autor de mais de 30 obras. Admitiu ter sido indicado ao cargo pelo escritor Olavo de Carvalho. Tem uma visão conservadora no campo da educação e é defensor do golpe militar de 1964.
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ERNESTO ARAÚJO – MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
O embaixador defende a “libertação do Itamaraty do marxismo cultural”, o alinhamento econômico e político do Brasil com os Estados Unidos e a revisão do multilateralismo nas relações internacionais. Teve o aval do escritor Olavo de Carvalho.
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DAMARES ALVES – MINISTRA DOS DIREITOS HUMANOS
Assessora parlamentar do senador Magno Malta, a pastora evangélica é contrária às pautas identitárias, à descriminalização do aborto e ao conceito de igualdade entre homens e mulheres. Sua pasta também ficará com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
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RICARDO DE AQUINO SALLES (NOVO) – MINISTRO DO MEIO AMBIENTE
Foi secretário do Meio Ambiente de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). Por sua proximidade com o agronegócio, é alvo de ambientalistas. Filiado ao Novo, fundou o Movimento Endireita Brasil (MEB), entidade parceira do Instituto Millenium, de viés liberal.
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[bs-heading title=”Núcleo Técnico” show_title=”1″ icon=”” title_link=”” heading_color=”#81d742″ heading_style=”t6-s6″ heading_tag=”h3″ bs-show-desktop=”1″ bs-show-tablet=”1″ bs-show-phone=”1″ bs-text-color-scheme=”” css=”” custom-css-class=”” custom-id=””]
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ANDRÉ LUIZ MENDONÇA – ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO (STATUS DE MINISTRO)
O futuro chefe da Advocia-Geral da União (AGU) é pós-graduado em Direito Público pela Universidade de Brasília (UnB). Advogado da União desde 2000, é pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília.
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GUSTAVO CANUTO – MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Servidor do Ministério do Planejamento, não tem filiação partidária. É formado em Engenharia da Computação e Direito. Também já passou pelas secretarias de Aviação Civil e Geral da Presidência, além da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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WAGNER ROSÁRIO – CONTROLADOR-GERAL DA UNIÃO (STATUS DE MINISTRO)
Único dos atuais ministros de Temer a ficar no cargo, tem formação militar e é auditor federal de Finanças e Controle desde 2009. Fez mestrado em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
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