A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou nesta quinta-feira (18) que o registro de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a covid-19 é falso. O órgão finalizou a investigação sobre o caso depois de um pedido de informação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
“A Controladoria-Geral da União concluiu que é falso o registro de imunização contra o coronavírus que consta atualmente do cartão de vacinação do ex-Presidente da República, o Sr. Jair Messias Bolsonaro”, diz nota da CGU.
Segundo o registro de imunização, Bolsonaro teria sido vacinado contra a covid em 19 de julho de 2022 no Parque Peruche, em São Paulo. O órgão ouviu depoimentos das pessoas que trabalhavam na Unidade Básica de Saúde do bairro, mas nenhum funcionário afirmou ter visto Bolsonaro.
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Segundo informações coletadas com a Força Aérea Brasileira, a CGU afirma que o então presidente nem mesmo estava no estado de São Paulo na data da suposta vacinação. Bolsonaro estava em Brasília e não fez voos até três dias depois da suposta imunização.
Além disso, a enfermeira que teria aplicado a vacina e que aparece no registro não trabalhava mais na unidade de saúde.
“Os auditores tomaram, inclusive, o depoimento da enfermeira indicada no cartão de vacinação como aplicadora do imunizante, mas essa negou que tenha feito tal procedimento. E ainda, afirmou que não trabalhava mais na Unidade naquela data, o que foi confirmado por documentos”, diz a CGU.
De acordo com o órgão, os funcionário da unidade de saúde também negaram terem recebido pedidos para registrar a imunização do então presidente da República. A suposta vacinação de Bolsonaro também não constava nos documentos internos da unidade.
Apesar de afirmar que a vacinação de Bolsonaro foi falsa, a CGU não cita culpados pela falsificação do cartão de vacina. Sobre a participação de um servidor federal no caso, o órgão diz que “nada foi localizado nesse sentido”.
Cartão de vacina de Bolsonaro
O Cartão Nacional de Vacinação de Bolsonaro contava com três registros de vacinação. A imunização que teria sifdo realizada em São Paulo e que a CGU concluiu ser falso e mais dois, no Rio de Janeiro. Esses outros dois registros, no entanto, foram cancelados por agentes municipais antes de qualquer investigação da Controladoria.
Os registros no Rio de Janeiro foram os que levaram à prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Durante sua detenção, Cid assinou um acordo de delação premiada.