Depois de participação do presidente Jair Bolsonaro em manifestação no último domingo (19) que defendia a intervenção militar e o fechamento do Congresso, instituições tem se manifestado em defesa da democracia.
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O ato do domingo foi imediatamente repudiado por políticos, com destaque para os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em carta, 20 dos 27 governadores expressaram alinhamento com os presidentes da Câmara e do Senado, reafirmando o seu distanciamento de Bolsonaro. Os chefes dos Executivos estaduais o acusam de ferir princípios democráticos ao atacar Maia e Davi.
Nesta segunda-feira(20), a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou carta aberta ao Congresso Nacional em defesa na democracia (íntegra). No documento, o movimento municipalista elogia a condução “responsável, ágil e republicana” dos chefes do Legislativo durante a crise sanitária e afirma que não concorda com ações que coloquem em risco a democracia
“Nesses tempos obscuros, as vozes de Vossas Excelências advogam a estabilização das instituições e defendem a democracia e o Estado Democrático de Direito”, diz a nota da CNM, assinada pelo presidente da entidade, Glademir Aroldi.
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Por sua vez, as centrais sindicais repudiaram o que chamaram de “escalada golpista liderada pelo presidente Jair Bolsonaro”. O documento foi assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), CGTB e Pública Central dos Servidores.
As centrais convocaram união de esforços de líderes políticos e da sociedade civil para barrar os planos do presidente de impor um regime autoritário e repressivo. “Bolsonaro, mais uma vez testa os limites do seu cargo e os limites das instituições democráticas. Ele avança, com suas extravagâncias, onde não encontra resistência.”
Veja abaixo a íntegra da nota:
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS
Trabalhadores defendem barrar o golpe de Bolsonaro e garantir a Democracia
As centrais sindicais abaixo assinadas repudiam a escalada golpista liderada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Sua participação em um ato em defesa da volta do famigerado AI-5, do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, e pela da ruptura da ordem democrática, prevista na Constituição de 1988, foi mais um episódio grotesco desta escalada.
Isolado e crescentemente descontrolado que está, provocou, novamente, o seu show de horrores em relação ao necessário isolamento social e de bravatas que afrontam a democracia e colocam o país numa situação ainda mais dramática diante da pandemia que nos assola, e que já contabiliza mais de 30 mil contaminados e nos aproxima dos 3 mil mortos.
Seguindo o mau exemplo de Bolsonaro, atos semelhantes ocorreram hoje em diversas cidades brasileiras, mesmo em meio a quarentena para prevenção da disseminação do coronavírus.
Bolsonaro, mais uma vez testa os limites do seu cargo e os limites das instituições democráticas. Ele avança, com suas extravagâncias, onde não encontra resistência. Se esta resistência não vier, até onde irá a irresponsabilidade do presidente? Onde vamos parar? Uma contundente resposta faz-se urgente e necessária.
Importante frisar que, além de sua postura irresponsável, ele nada oferece aos trabalhadores. A dura realidade do Brasil de Bolsonaro é que os brasileiros, que já vem sofrendo perdas de direitos desde 2017, agora sofrem redução salarial de 30% por conta das medidas de suspensão do contrato de trabalho e redução de salário, instituídas pela MP 936.
Neste grave contexto as centrais sindicais chamam os líderes políticos e da sociedade civil, os representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, das instituições, bem como a todos os democratas, a cerrarem fileiras na defesa da Democracia para barrar os planos do atual Presidente de impor um regime autoritário e repressivo.
Não ao golpe de Bolsonaro!
Viva a Democracia!
São Paulo, 19 de abril de 2020
Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah- Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Ubiraci Dantas – Presidente da CGTB
José Gozze, presidente da Pública Central dos Servidores
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