A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, passou por uma saia justa nesta quinta-feira (31), no estado do Amapá, onde é cotada para ser candidata ao Senado, pelo Republicanos. Em sessão ordinária, a Câmara de Vereadores de Macapá, capital do estado, negou em votação o título de cidadã à ministra por 13 dos 18 votos. Cinco vereadores não compareceram. A proposta foi do vereador Karlyson Rebolça (PRTB). A apreciação da matéria não estava prevista para hoje, mas o autor da proposta pediu urgência em virtude da agenda da ministra no estado.
A ideia de lançar à candidatura de Damares ao Senado é um projeto antigo dos bolsonaristas, mas tem enfrentado resistência de lideranças políticas no Amapá. O ex-presidente do Senado e senador Davi Alcolumbre (União-AP), desafeto do presidente, é candidato à reeleição e o projeto de Damares foi colocado para atrapalhar suas pretensões. Nos bastidores, se comenta que uma das saídas da ministra é uma candidatura pelo Distrito Federal, também ao Senado. Nesta quinta-feira (31), Damares tem agenda política no Amapá com lideranças cristãs, onde aliados planejavam entregar o título de cidadã.
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“Eu tenho até dia 31 para escolher o estado. E eu só vou anunciar isso dia 31 no Amapá. Até dia 31 a gente decide aonde”, disse Damares, em entrevista recente, fazendo mistério sobre eventual candidatura nestas eleições. Na cerimônia desta quinta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca de ministros que deixam os cargos para disputarem às eleições, entre eles, a ministra. Para oficializar a pré-candidatura, a ministra precisa deixar o cargo até esta sexta-feira (1).
Perfil polêmico
A ministra Damares Alves é um das fortes lideranças do governo Bolsonaro. Ligada ao segmento evangélico, ela se mantém no comando do ministério desde o começo do governo. Damares é próxima da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que prestigiou sua filiação ao Republicanos na última segunda-feira (28). Ligada à pauta ideológica do governo, Damares encampa o discurso contra o aborto e alimenta polêmicas com movimentos sociais, sobretudo ligado aos direitos das mulheres e os LGBTQI+.