Apenas um compromisso consta na agenda do presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (10). Às 12h15 ele estará na Base Aérea de Brasília para recepcionar os brasileiros vindos da Ucrânia, na chamada Operação Repatriação. No avião da Força Aérea chegam 42 brasileiros. O governo também listou 20 estrangeiros, cinco argentinos, um colombiano, 14 crianças, oito cachorros e dois gatos.
Este gesto é visto como uma tentativa do presidente de apaziguar as rasuras negativas que ficaram após os posicionamentos dele sobre a guerra que a Rússia empreendeu contra a Ucrânia. Antes dos ataques, Bolsonaro foi até a Rússia, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin. Ele emitiu solidariedade ao russo, em dissonância com a maioria dos países que já condenava a Rússia pela intenção de invadir o vizinho. O ataque iniciou no dia 24 de fevereiro.
Para não atrapalhar a visita de Bolsonaro à Rússia, o Brasil adiou os planos de resgate, confiando em uma reversão da guerra, o que não houve. A maioria dos brasileiros teve de atravessar por seus próprios meios a fronteira.
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Posteriormente, criticado tanto nacionalmente, quanto internacionalmente por parceiros comerciais como os Estados Unidos, Bolsonaro passou a defender uma postura de neutralidade sobre o conflito. O Itamaraty agiu em paralelo e emitiu nota defendendo um cessar-fogo e uma solução diplomática e pacificadora.
Dias depois, em Assembleia-Geral da ONU, o Brasil votou pela resolução que condenava os ataques russos à Ucrânia e pedia a retirada imediata das tropas para uma negociação. Esse texto da ONU foi aprovado por 141 votos favoráveis e cinco contrários – da Belarus, Eritreia, Coreia do Norte, Rússia e Síria.
Agora, para a operação de resgate, o ministro de Relações Exteriores, Carlos França, foi pessoalmente à Polônia acompanhar o processo. O cargueiro da FAB levou para o país 11,5 toneladas de material de ajuda humanitária e retornou com o grupo de refugiados.
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